A Comissão Nacional de Aves e Suínos da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) discutiu a crise na suinocultura independente e possíveis ações para amenizar as dificuldades dos produtores durante reunião realizada na segunda (14).
“Estamos enfrentando um momento bastante complicado nos últimos meses, com alto custo de produção e baixo preço de venda. É uma das piores crises recentes da suinocultura brasileira e algo que está afetando a saúde financeira dos produtores”, disse o presidente da Comissão, Iuri Pinheiro Machado.
O encontro teve apresentações sobre o panorama do mercado de carnes e de grãos. Machado destacou o crescimento da oferta de carne suína nos últimos anos e analisou dados sobre exportações e a relação custo de produção e preço de venda do suíno.
O assessor técnico da CNA, Rafael Ribeiro de Lima, falou sobre a situação atual e as perspectivas para as safras de milho e soja. Ele ressaltou que o baixo volume de chuvas em importantes estados produtores deve resultar em quedas de produção expressivas, principalmente no milho 1ª safra.
O presidente da Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS), Marcelo Lopes, apresentou algumas ações e medidas sugeridas pelo setor diante da crise. Entre elas estão a prorrogação do prazo de pagamento dos custeios pecuários em um ano, a manutenção da isenção das alíquotas de contribuição incidentes na importação do milho (Pis/Cofins) até dezembro de 2022 e a reativação da linha de crédito de custeio direcionada à retenção de matrizes suínas (com a concessão de limite de crédito de R$ 2,5 milhões por beneficiário).
A renegociação de dívidas pelos suinocultores independentes também foi abordada pelo superintendente da Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco), Nelson Fraga. Conforme ele, uma das alternativas para apoiar os segmentos produtivos que estão com problemas é deslocar recursos dos Fundos Constitucionais para a criação de novas linhas de crédito de custeio, prorrogação de dívidas e de fomento ao setor.
O encontro contou, ainda, com a participação de representantes de Federações Estaduais de Agricultura e Pecuária.