Um relatório divulgado, nesta segunda-feira (4), pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) mostra que a emissão mundial de gases estufa pode ser reduzida pela metade até 2030.
No documento, os cientistas dizem que a meta é realista, já que “há evidências de crescentes ações globais contra o aquecimento do planeta”.
No entanto, para alcançar a meta, os pesquisadores apontam a necessidade em reduzir a dependência mundial do petróleo. Além disso, eles citam a importância das energias renováveis, como a solar, eólica e hidrelétrica.
“Ter as políticas, infraestrutura e tecnologia corretas para permitir mudanças em nossos estilos de vida e comportamento podem resultar em uma redução de 40-70% nas emissões de gases de efeito estufa até 2030. As evidências também mostram que essas mudanças no estilo de vida podem melhorar nossa saúde e bem-estar”, disse Priyadarshi Shukla, copresidente do Grupo de Trabalho do IPCC.
O relatório cita ainda que é possível reduzir o volume de emissões em todos os setores produtivos, com destaque para as indústrias e a agropecuária. O segmento industrial precisa utilizar materiais mais eficientes e recicláveis, enquanto o agronegócio precisa limitar os estoques de carbono, dizem os pesquisadores.
“Os próximos anos são críticos”, dizem os especialistas
O documento divulgado pelo IPCC destaca que os níveis de emissão alcançaram os maiores patamares globais entre 2010 e 2019.
No entanto, o volume vem caindo nos últimos dois anos. A expectativa dos especialistas é que o aquecimento global não ultrapasse de 1,5°C.
“É agora ou nunca, se quisermos limitar o aquecimento global a temperatura máxima estabelecida (15°C). Sem reduções imediatas e profundas de emissões em todos os setores, será impossível”, enfatizou um membro do Grupo de Trabalho do IPCC, Jim Skea.
Uma estimativa feita pelo Observatório do Clima ressalta que, caso nenhuma medida seja tomada e que as políticas atuais sejam mantidas, o planeta Terra registrará um aquecimento de 3,2°C ao longo das próximas décadas.
E segundo especialistas, neste momento, a recuperação do ecossistema mundial não será mais possível.
Divulgada nesta segunda-feira (4), a terceira edição do 6º Relatório de Avaliação do IPCC trouxe os desafios para os gases poluentes nos próximos anos. A segunda parte do estudo, lançado em março de 2022, foi voltada para os impactos da crise do clima, os possíveis caminhos de adaptação e as vulnerabilidades globais.