A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, foi ouvida pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das ONGs no Senado Federal. O requerimento para sua convocação foi apresentado pelo senador Marcio Bittar para falar sobre a atuação de organizações não governamentais e organizações de interesse público na região amazônica.
O presidente da CPI, senador Plínio Valério, exibiu vídeos de abandono e falta de assistência aos povos indígenas na Amazônia no início da sessão. A ministra foi questionada sobre a valoração da vida humana em relação aos esforços para combater as mudanças climáticas. Marina Silva enfatizou o compromisso do governo em não sacrificar os recursos de milhares de anos pelo lucro de poucas décadas.
A ministra abordou a situação na reserva Yanomami, onde a atividade garimpeira tem causado problemas. Ela destacou as ações emergenciais do governo para reverter a situação e afirmou que os criminosos precisam ser investigados para proteger a reserva.
O relator da CPI, senador Marcio Bittar, apresentou dados sobre ONGs que captaram R$2,5 bilhões por meio do Fundo Amazônia. Ele questionou a ministra sobre projetos efetivos para a população amazônida, como água potável, e se há fiscalização do Ministério do Meio Ambiente.
Marina Silva explicou que o Fundo Amazônia é constituído por recursos privados e tem cerca de R$3 bilhões atualmente. Ela ressaltou a legitimidade e repercussão do trabalho das entidades na região, com projetos demonstrativos auditados pelo TCU.
O senador Bittar questionou a incongruência entre a preocupação mundial com a preservação da Amazônia e sua situação de pobreza e violência. Ele também indagou se há incompatibilidade de interesses no cargo de Marina Silva e de seu secretário-executivo, João Paulo Capobianco, devido a históricos com ONGs ambientalistas. A ministra enfatizou a relevância do Fundo Amazônia e a importância do comprometimento internacional do Brasil com políticas públicas.
Marina Silva compareceu à CPI após a aprovação de um requerimento de convocação.