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Aumento na procura eleva preços da soja e derivados no Brasil em abril, aponta Cepea

Aumento na procura eleva preços da soja e derivados no Brasil em abril, aponta Cepea

As negociações de soja intensificaram-se no mercado brasileiro durante o mês de abril, impulsionadas por uma demanda crescente tanto no mercado interno quanto externo. Um fator notável foi a valorização do dólar frente ao Real, que alcançou a média de R$ 5,13, o maior valor desde março do ano anterior, tornando as commodities brasileiras mais atrativas para os importadores.

No cenário de exportações, os prêmios voltaram a ser positivos, algo que não ocorria há oito meses, com a oferta para embarque em junho de 2024 registrando 22 centavos de dólar por bushel acima da paridade, no dia 30 de abril, conforme dados do porto de Paranaguá.

Em termos de preços internos, os indicadores ESALQ/BM&FBovespa para Paranaguá e CEPEA/ESALQ para o Paraná mostraram um aumento de 4% e 4,6%, respectivamente, alcançando as maiores médias do ano ajustadas pelo IGP-DI de março de 2024.

As chuvas intensas em abril, especialmente no Rio Grande do Sul, segundo maior estado produtor de soja do país, interromperam temporariamente as atividades de campo, levantando preocupações sobre a qualidade das lavouras. O aumento da umidade pode resultar em um aumento da acidez do óleo de soja, potencialmente reduzindo a disponibilidade de produtos de alta qualidade para a indústria alimentícia.

O mercado de derivados, incluindo o farelo e o óleo de soja, também experimentou um aumento na liquidez e nos preços, impulsionado tanto pela procura interna quanto externa. No estado de São Paulo, o preço do óleo de soja aumentou 1,1%, atingindo o maior patamar do ano de R$ 5.152,22 por tonelada em abril. O preço do farelo de soja teve uma elevação mais modesta de 0,3% no mesmo período.

Contrastando com o cenário interno, os futuros da soja nos Estados Unidos apresentaram queda devido a uma demanda externa enfraquecida, conforme indicado pelo relatório de inspeção e exportação do USDA. A queda de 1,2% no contrato de maio de 2024 da soja reflete um menor volume de exportações em comparação com a safra anterior.

No Brasil, até o final de abril, a Conab reportou que 90,5% da área da safra 2023/24 já havia sido colhida, com o Sul apresentando os maiores atrasos devido às condições climáticas adversas. Comparativamente, na Argentina, apenas 36,2% da área foi colhida até o mesmo período.

Este panorama do mercado de soja evidencia a influência de fatores climáticos e cambiais sobre a produção e o comércio da oleaginosa, sublinhando uma temporada de significativas variações nos preços e na disponibilidade de produtos.