A China tem adotado uma estratégia agressiva de participação na cadeia produtiva global de alimentos, seguindo modelos estabelecidos por Estados Unidos e países europeus. Esta estratégia envolve desde a aquisição de empresas no setor agropecuário até a construção de infraestruturas logísticas, como o recente investimento bilionário em um porto no Peru.
Este novo porto, com inauguração prevista para 2025 e um investimento de US$ 3,6 bilhões (R$ 17,8 bilhões), vai encurtar significativamente o tempo de transporte dos produtos brasileiros para o Oriente, beneficiando diretamente a segurança alimentar da China. Além de facilitar a exportação de produtos agrícolas do Brasil, essa nova rota oceânica também representa uma oportunidade estratégica para o país sul-americano.
Empresas chinesas, como a COSCO Shipping e a COFCO, têm seguido esse modelo de integração vertical, participando desde a compra de grãos até a infraestrutura de escoamento, similar às práticas das grandes tradings americanas e europeias que já operam há décadas no Brasil. Essa presença não só garante o suprimento de alimentos para a China, mas também fortalece sua própria cadeia produtiva global.
A iniciativa chinesa não se limita apenas ao agronegócio tradicional, mas também engloba outros segmentos como açúcar, etanol e commodities agrícolas em geral. A construção de infraestrutura logística como o porto no Peru não apenas consolida a posição da China nas Américas, mas também cria novas oportunidades para o Brasil expandir suas exportações agrícolas através de rotas mais eficientes.
Em resumo, a estratégia da China de estar presente em todas as etapas da cadeia produtiva de alimentos fora de seu território visa garantir segurança alimentar, fortalecer sua influência global e abrir novos mercados para seus produtos. Ao mesmo tempo, proporciona uma nova dinâmica para o comércio internacional de alimentos, com potenciais benefícios para o Brasil e demais países produtores.
Fonte: Presente Rural