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Mercado de grãos em Agosto: Preços globais caem marginalmente, exceto por soja em alta na Bolsa de Chicago

Mercado de grãos em Agosto: Preços globais caem marginalmente, exceto por soja em alta na Bolsa de Chicago

O mercado global de alimentos apresentou leve queda em agosto, de acordo com o índice da FAO, órgão das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação. O índice registrou 120,7 pontos no mês, uma pequena redução em comparação com o número revisado de julho, que marcou 121,0 pontos. Em comparação a agosto de 2023, o indicador apresentou uma retração de 1,1%, e se encontra 24,7% abaixo do pico de 160,3 pontos alcançado em março de 2022.

Entre os principais produtos, os preços do açúcar, carne e cereais tiveram recuo, enquanto os óleos vegetais e laticínios apresentaram alta. A queda de 0,5% nos cereais reflete a baixa nos preços do trigo do Mar Negro, além de previsões otimistas de colheitas na Argentina e nos Estados Unidos. Por outro lado, os preços do milho aumentaram ligeiramente devido às ondas de calor que afetam parte da Europa e América do Norte.

No setor de carnes, os valores médios caíram 0,7% em agosto. A redução foi impulsionada pela menor demanda de importação de carne de aves, suína e ovina, enquanto os preços da carne bovina subiram ligeiramente. O açúcar registrou queda de 4,7%, alcançando o menor patamar desde outubro de 2022. Essa retração foi atribuída às expectativas de melhores colheitas na Índia e Tailândia, e à queda dos preços internacionais do petróleo, embora os incêndios em plantações de cana-de-açúcar no Brasil tenham provocado aumento nos preços ao final do mês.

Laticínios subiram 2,2% em agosto, com destaque para o leite em pó integral e o queijo, impulsionados pelo aumento da demanda. A manteiga, por sua vez, atingiu um recorde histórico, com a crescente preocupação sobre o fornecimento de leite na Europa Ocidental. Os preços dos óleos vegetais registraram alta de 0,8%, atingindo a maior cotação em 20 meses, devido à elevação nos preços do óleo de palma, que compensaram as quedas nos preços dos óleos de soja, girassol e canola.

Soja em Alta na Bolsa de Chicago: Exportações para a China Impulsionam o Mercado

No mercado de commodities agrícolas, a soja foi o destaque da semana. Os contratos futuros de soja, com vencimento em novembro, fecharam a quinta-feira (05/09) em alta de 0,2%, cotados a US$ 10,2350 por bushel. O rali de preços foi impulsionado pelos anúncios de exportações dos EUA para a China. De acordo com o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), 126 mil toneladas de soja foram vendidas para a China, além de 189,7 mil toneladas para destinos não revelados, que também podem ser o país asiático. Segundo Naomi Blohm, da Total Farm Marketing, o aumento das exportações está alinhado com as projeções do USDA, que espera uma demanda crescente.

Por outro lado, o analista Sterling Smith, da AgriSompo, alerta que o movimento de alta pode ser temporário, com os investidores técnicos saindo rapidamente dos contratos. Ele destaca que, embora a demanda esteja crescendo, a produção nos EUA para a safra 2024/25 ainda é esperada em níveis elevados.

Milho e Trigo: Baixa Demanda e Estoques Afetam Preços

Os contratos de milho com vencimento em dezembro caíram 0,48%, fechando a US$ 4,1075 por bushel. A Administração de Informações de Energia dos EUA (EIA) indicou uma queda na produção de etanol, que utiliza o milho como matéria-prima, com a produção semanal caindo 10 mil barris, para 1,06 milhão de barris. Embora os estoques de etanol também tenham diminuído, o mercado espera um aumento no consumo de etanol no segundo semestre, conforme apontado pelo banco de investimento Jefferies.

No mercado de trigo, os contratos com vencimento em dezembro fecharam o pregão em baixa de 1,03%, cotados a US$ 5,7475 por bushel. A expectativa para o relatório de vendas de exportação do USDA, adiado devido ao feriado do Dia do Trabalho, trouxe incertezas ao mercado. Países asiáticos, como Taiwan e Japão, intensificaram suas compras de trigo americano, com 101,7 mil toneladas vendidas para Taiwan e 87,7 mil toneladas para o Japão. O Canadá também adquiriu 63,7 mil toneladas do cereal.