Nesta quarta-feira (25/9), o preço da soja no Porto de Paranaguá (PR) apresentou queda, segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). O valor da saca de 60 quilos caiu 0,71%, ficando em R$ 140,06. No acumulado do mês, entretanto, o cenário é de alta, com um incremento de 1,4%.
O ajuste feito pelo Cepea ocorre mesmo diante da alta na bolsa de Chicago, onde o contrato de novembro, o mais negociado, subiu 1%, atingindo US$ 10,53 o bushel. No mercado cambial, o dólar se valorizou 0,23%, fechando a R$ 5,47.
A atenção dos negociadores segue voltada para as condições climáticas no Brasil, que têm causado atrasos no plantio da nova safra de soja (2024/25). De acordo com a consultoria Safras & Mercado, até o dia 20 de setembro, apenas 0,5% da área prevista havia sido plantada, quando a média para o período é de 1,5%. A consultoria estima uma área plantada de 47,4 milhões de hectares e uma produção de 171,78 milhões de toneladas.
Seca prolongada e o impacto do La Niña
Isadora Araújo, economista da GEP Costdrivers, afirma que a seca prolongada está impactando significativamente a produção agrícola, além de elevar os custos. O cenário tende a se agravar com a influência do fenômeno La Niña, que tradicionalmente provoca condições mais secas nas regiões produtoras do Brasil.
Em termos de preços, a Scot Consultoria registrou cotações variadas para a soja no Brasil: R$ 127 por saca em Luís Eduardo Magalhães (BA); R$ 133 em Rio Verde (GO); R$ 120 em Balsas (MA); R$ 132 no Triângulo Mineiro; e R$ 134 em Dourados (MS). Nos portos, a soja foi cotada a R$ 141 em Santos (SP) e Rio Grande (RS).
Além disso, os produtores já comercializaram 24,2% da safra em fase inicial de plantio, comparado a 20% no mesmo período do ano passado, segundo a StoneX. Os prêmios de exportação permanecem positivos, com ágio nos principais vencimentos em Chicago.
Anec projeta aumento nos embarques de soja
A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) estimou que os embarques de soja entre 22 e 28 de setembro devem atingir 182,4 mil toneladas, enquanto, no período anterior (15 a 21 de setembro), foram 53,2 mil toneladas. Para o mês de setembro, a Anec prevê exportações totais de 5,82 milhões de toneladas, superando as 5,54 milhões de toneladas exportadas no mesmo mês de 2023.
Cenário de milho e trigo nos mercados internacionais
Os contratos de soja para novembro abriram a quinta-feira (26/9) em alta de 0,43%, cotados a US$ 10,58 o bushel na bolsa de Chicago, impulsionados pela forte demanda de importadores como a China, conforme o relatório Export Sales do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
Em contrapartida, o milho para dezembro abriu em queda de 0,30%, cotado a US$ 4,1375 o bushel. O clima favorável para a colheita no cinturão de milho dos EUA e a expectativa de alta produtividade têm pressionado os preços para baixo.
Já os contratos de trigo com vencimento em dezembro tiveram alta de 0,21%, negociados a US$ 5,9025 o bushel. Segundo o USDA, as vendas internacionais de trigo apresentaram queda, mas a abundância de fornecimento da região do Mar Negro, com a normalização do fluxo de exportação, continua a exercer pressão sobre o mercado global.