O Paraná, maior produtor de tilápia do Brasil, é conhecido pela presença do peixe em pratos tradicionais. No entanto, o gastrólogo Maiko Scheibel, de Toledo, encontrou uma maneira inovadora de aproveitar essa iguaria: transformar os restos do peixe, que geralmente virariam ração, em granolas e cereais.
Scheibel, formado em gastronomia e atualmente mestrando em recursos pesqueiros pela Unioeste, concentra suas pesquisas no reaproveitamento da carcaça do peixe. Um dos destaques de seu estudo é a utilização dos ossos de tilápia para a fabricação de cereais, que, segundo ele, aumentam o valor proteico do produto em até 19%.
“Fizemos uma farinha com a barriga do peixe. É sublime pegar um produto que iria para o lixo, de altíssima qualidade, mas que não está sendo aproveitado”, explica Scheibel.
Embora o produto ainda não tenha sido amplamente adotado pelo mercado, a equipe da Unioeste pretende impulsionar essa inovação. Para o professor Altevir Signor, o desenvolvimento de tecnologias que agreguem valor a esses subprodutos é essencial para mudar a forma como o mercado aproveita a tilápia.
Esse estudo abre caminho para soluções mais sustentáveis e eficientes na cadeia produtiva da tilápia, promovendo o máximo aproveitamento dos recursos e diminuindo o desperdício.