Resiliência na produção de alimento e perspectivas para um cenário otimista para a carne suína no Brasil e no mundo foram os tópicos mais explorados no 5º Encontro de Suinocultores. A reunião, que teve cerca de 150 pessoas, aconteceu na última quinta-feira (14/07), dentro da programação da 48ª Expoleite, feira agropecuária promovida anualmente pela Capal Cooperativa Agroindustrial.
Primeira palestra – Na primeira palestra, ministrada pelo gerente de negócios Ton Kramer, da Zinpro Corporation, foram expostos os vários desafios enfrentados pela suinocultura, e o que o produtor é capaz ou não de controlar. De acordo com o profissional convidado, existe um espaço enorme para melhorias, crescimento e evolução na produtividade de carne suína, que é a carne mais consumida no mundo. “A suinocultura é feita de ciclos com maiores e menores dificuldades. Sabemos que este não é o último desafio, então devemos estar preparados”, declara.
Dificuldades – Durante o painel, foram abordadas as dificuldades que fogem do controle do suinocultor, como problemas de logística, a inflação dos preços, a retração das exportações, o alastramento da peste suína africana, a guerra na Ucrânia e o consequentemente aumento do custo de insumos. Entretanto, mesmo diante destes obstáculos, Kramer afirma que o cenário é favorável no futuro e o produtor deve fazer a sua parte.
Recomendações – Dentre as recomendações, o palestrante reafirma a importância de proporcionar um ambiente adequado para a manutenção dos animais nas granjas, o manejo responsável com soluções que fazem a diferença, os cuidados para garantir sanidade no local de produção e gestão sustentável dos negócios.
Tecnologia – Segundo Kramer, outra questão primordial é a familiaridade dos suinocultores com a tecnologia e a importância na análise de dados gerados seja por aplicativos ou planilhas eletrônicas. “A modernização e a automação estarão cada vez mais presentes no nosso negócio, e a análise de dados pode antecipar algumas adversidades, o que vai ocasionar automaticamente uma ação preventiva de baixo custo”, explica.
Brasil na 4ª posição – Na última palestra do 5º Encontro de Suinocultores, intitulada “As tendências e desdobramentos do mercado mundial de suínos”, foi apresentada uma análise detalhada do mercado doméstico de carne suína, além da participação crescente do Brasil nos mercados internacionais, destacando-se gradualmente no cenário de exportação. Segundo o palestrante Luis Rua, diretor de Mercados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o Brasil ocupa atualmente a 4ª posição como produtor e exportador mundial de carne suína.
Lógica de mundo – “Dentro de uma lógica de mundo, acho que o pior já passou no primeiro semestre e o mercado interno vai receber agora uma injeção econômica a partir de agosto. No exterior, ainda que o Brasil não tenha uma reputação tão boa em alguns aspectos, na suinocultura, estamos de igual para igual porque somos um dos mais importantes players”, afirma.
Pontos de atenção – Outros pontos de atenção enumerados por Rua são a Ásia como região com demanda por proteína animal brasileira, mostrar que a suinocultura brasileira trabalha com sustentabilidade porque há aptidão e vocação para essa condição e despertar a confiança do consumidor, ainda mais em um mundo com tantas notícias falsas circulando.
Avaliação positiva – O cooperado Luan Pot, de Arapoti, aprovou o conteúdo repassado pelas palestras. “Achei bem interessante, porque são temas que precisamos acompanhar sendo suinocultores. As falas foram muito esclarecedoras e trazem um novo ponto de vista para a gente porque os dois palestrantes são de fora, experientes e sabem da realidade de outras regiões, então deu para aproveitar bastante”, opina.
Demonstração de cortes – A atividade de encerramento do 5º Encontro de Suinocultores da Capal teve uma demonstração de cortes especiais com o especialista José Roberto Pozzebon. Toda a demonstração foi exibida no telão para os associados acompanharem os movimentos. Na sequência, houve degustação preparada pelo chef Dobis, incentivando o aumento do consumo de carne suína.
Sobre a Capal Cooperativa Agroindustrial – Fundada em 1960, a Capal conta atualmente com mais de 3,4 mil associados, distribuídos em 21 unidades de negócios, nos estados do Paraná e São Paulo. A cadeia agrícola responde por cerca de 65% das operações da cooperativa, produzindo mais de 862 mil toneladas de grãos por ano, com destaque para soja, trigo, milho e café. A área agrícola assistida ultrapassa os 161 mil hectares. O volume de leite negociado mensalmente é de 12 milhões de litros, proveniente de 320 produtores. Além disso, a cooperativa comercializa 31 mil toneladas de suínos vivos ao ano. (Imprensa Capal)