Um sindicato de trabalhadores da BRF em Chapecó (SC) espera alcançar um acordo salarial com a companhia depois que um impasse nas discussões culminou com a interrupção parcial de produção na sexta-feira passada, afirmou um representante da entidade nesta quarta-feira à Reuters.
Jenir de Paula, presidente do sindicato Sitracarnes, afirmou que a BRF propôs aumento de 1% nos salários e que o valor é inaceitável. A fábrica da BRF em Chapecó emprega cerca de 5.700 funcionários e processa produtos de peru e frango. Os trabalhadores cobram 10% de reajuste anual.
Uma nova rodada de negociações deve ocorrer na quinta-feira e se nenhum acordo for alcançado, os trabalhadores poderão optar por greve em assembleia marcada para a sexta-feira, disse De Paula.
A BRF afirmou que a interrupção temporária de parte da linha de peru foi causada “por manifestação, sem respaldo legal, de um pequeno grupo de trabalhadores”. A empresa disse ainda que a paralisação não têm correlação com a negociação coletiva entre o sindicato e a BRF.
As tratativas salariais deveriam ter ocorrido em junho, mas a epidemia de Covid-19 adiou as discussões, disse o presidente do sindicato. A BRF tem testado funcionários regularmente e houve cerca de 1.500 casos confirmados em Chapecó, acrescentou.
Na última segunda-feira, um grupo de cerca de 60 empregados foi suspenso após a manifestação da sexta anterior, disse o sindicato e uma fonte próxima aos trabalhadores. O Sitracarnes tenta impedir que eles sejam demitidos, ao mesmo tempo que procura avançar com as negociações salariais, De Paula afirmou. A BRF não comentou as suspensões.
As ações da BRF encerraram o dia em queda de 1,2%, cotadas a 17,70 reais. O Ibovespa teve oscilação negativa de 0,09%.