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Cooperativismo

Os impactos da reforma tributária no cooperativismo

Responsável por viabilizar economicamente mais de 14 milhões de cooperados, OCB vê ameaças ao ato cooperativo caso reforma seja aprovada nos termos atuais

Os impactos da reforma tributária no cooperativismo

Atenta aos possíveis impactos da Reforma Tributária para os 14 milhões de cooperados brasileiros, a OCB – Organização das Cooperativas Brasileiras mobilizou um grupo de trabalho formado por profissionais especializados em questões tributárias com a meta de apresentar a proposta legislativa que ajude a manter a viabilidade do ato cooperativo no âmbito da Reforma.

Segundo a gerente jurídica da OCB, a advogada Ana Paula Andrade Ramos Rodrigues, o artigo 146 (alínea c, inciso III) da Constituição Federal determina que a tributação conferida ao ato cooperativo não pode resultar em mais ônus aos cooperados do que aquela decorrente das atividades ou operações por eles realizadas no mercado por conta própria sem a participação da cooperativa.

De acordo com Marcos Antonio Caetano, consultor tributário do Martinelli Advogados especializado em cooperativas, a unificação de tributos contida nas Propostas de Emenda Constitucional (PECs) pode gerar bitributação uma vez que cooperados e cooperativas passariam a pagar PIS/Cofins sobre um mesmo fato gerador.

Caetano reforça que o sistema cooperativo não pleiteia benefícios na reforma tributária. “As cooperativas querem um tratamento tributário isonômico, e a manutenção das adequações tributárias já conquistadas para o ato cooperativo de alguns ramos.”

Ana Rodrigues destaca que a OCB atuará para que a reforma venha sem prejuízo do que está disposto nos artigos 146 (alínea c, inciso III) e 174 (parágrafo dois)  que tratam das sociedades cooperativas.

 

“O Sistema Cooperativista Brasileiro tem firmado participação e posição de destaque na economia global e na construção de uma sociedade mais justa, com base na produção e melhor distribuição de riquezas”, finaliza Marcos Antonio Caetano.

No mundo o cooperativismo é representado por mais de 3 milhões de cooperativas, 1,2 bilhão de cooperados, 280 milhões de postos de trabalho, com movimentação econômica superior a US$ 2 trilhões.

No Brasil são mais de 6,8 mil cooperativas associadas, divididas em 7 ramos de atuação (Agropecuário, Crédito, Saúde, Transportes, Produção de Bens e Serviços, Infraestrutura e Consumo), reunindo mais de 14 milhões de cooperados e gerando mais de 400 mil empregos diretos, com estimativa de movimentação econômica acima dos R$ 260 bilhões ao ano.