Uma equipe de pesquisadores da USP de Pirassununga conduziu um estudo para avaliar o impacto do uso de algas marinhas do tipo Lithothamnium na alimentação de poedeiras comerciais, como forma de aumentar o tempo de prateleira dos ovos. Os resultados foram expressivos. A pesquisa foi premiada como o melhor trabalho na área de nutrição apresentado no XVI Congresso da APA – Produção e Comercialização de Ovos (2018), e soma-se a inúmeras outras que vem comprovando a eficácia da alga Lithothamnium no agronegócio.
As aves da linhagem Bovans White, com idades entre 22 e 30 semanas, receberam ração preparada à base de milho e farelo de soja, com adição de 1% de algas marinhas Lithothamnium (Lithonutri) em substituição ao calcário. Houve melhoria no desempenho e qualidade dos ovos, com aumentos no peso da casca (2,03%), massa do ovo (4,45%), peso médio (3,71%) e expressiva melhoria na conversão alimentar (6,13%). Também foi observada melhoria expressiva da qualidade interna dos ovos, sendo que a Unidade de Haugh, e a altura do albúmen, foram superiores em 2,98% e 2,70%, respectivamente para as aves que receberam o Lithothamnium na dieta. Os autores também observaram uma probabilidade de redução de 5% na quantidade de ovos quebrados, além do aumento no peso médio dos ovos.
Por sua origem biológica, o Lithothamnium é comprovadamente uma excelente fonte de cálcio e magnésio biodisponíveis, e contém mais de 70 nutrientes, incluindo aminoácidos. “Os resultados da pesquisa demonstraram que a alga do tipo Lithothamnium pode ser utilizada como importante aliada na manutenção da qualidade nutricional dos ovos por mais tempo, prolongando dessa forma sua vida de prateleira”, conclui Sara Mariane da Silva, pós-graduanda e autora do trabalho. “Outro fator chave para os produtores é a conversão alimentar entre o que é consumido pelas aves e a produção de ovos, que também demostrou um ganho considerável”, completa a pesquisadora.
Usualmente são utilizadas fontes inorgânicas de Cálcio, para suplementar a as dietas de poedeiras comerciais, com o objetivo de melhorar a qualidade da casca dos ovos. Entretanto, estudos demonstram que o excesso dessas fontes pode atuar como antagonista, comprometendo a absorção de outros minerais, como Magnésio, Zinco, Ferro, Cobre, Sódio, Potássio, etc. Entre as diversas fontes orgânicas que vem sendo pesquisadas, as algas marinhas Lithothamnium (Lithothamnium calcareum) têm se destacado por uma série de benefícios. Além da maior biodisponibilidade do Cálcio, proporcionam melhoria na qualidade dos ovos, e contribuem positivamente para a saúde das aves, por conter mais de 70 outros nutrientes, entre minerais e aminoácidos.
As algas marinhas usadas neste estudo foram extraídas e beneficiadas pela Oceana Brasil, obedecendo às normas ambientais, em uma região que reúne condições ideais para o crescimento e extração sustentável da alga.
“A estimativa é que com esses resultados, o uso do Lithothamnium represente uma economia de mais de R$ 250 mil por ano, para cada um milhão de aves”, afirma Carlos Massambani, especialista em produção animal da Oceana Brasil.
“Além disso, a melhor conversão alimentar, maior resistência da casca, reduz o índice de ovos quebrados, beneficiando diretamente não só os produtores, mas toda a cadeia produtiva, levando mais benefícios até os consumidores”, reforça Massambani.
Sobre o Lithothamnium
Alga marinha calcária, conhecida há mais de 200 anos, o Lithothamnium vem sendo explorado nos últimos 30 anos por países da Europa e Ásia, para oferecer nutrição animal, vegetal e humana. Produto nobre, possui alta reatividade e é rico em mais de 70 nutrientes minerais e orgânicos, altamente solúveis e naturalmente equilibrados pelo meio ambiente. Os procedimentos industriais adotados pela Oceana Brasil preservam intactas todas as propriedades físicas, nutricionais, orgânicas e biológicas da Alga Lithothamnium.