O processamento de insumos alimentícios para a produção de ração vive um momento singular de crescimento com inúmeros desafios e oportunidades, sendo que um novo futuro já começou a nutrir o mundo da indústria de proteína animal. Já pensou em transformar insetos e resíduos orgânicos em proteína de qualidade? Está preparado para protocolos cada vez mais rigorosos de segurança alimentar na cadeia produtiva? Como promover um futuro mais saudável e sustentável? Conhece as potencialidades de soluções da Internet of Things (Iot) e o impacto da indústria 4.0 com a revolução digital adaptada para o seu negócio?
Nutrição, segurança alimentar, sustentabilidade e inovação. Esses temas do evento são questões inquietantes e estratégicas para toda a cadeia produtiva de nutrição animal que o mercado precisa discutir e prestar mais atenção para enfrentar um mundo de novas possibilidades. Por isso a Bühler, um dos fabricantes mundiais mais avançados em máquinas para a produção de alimentos, reuniu experts de diversos segmentos para traçar o panorama e tendências do negócio de rações em seminário realizado no Brasil em 31 de julho, na véspera da feira Avesui 2018.
Entre os palestrantes convidados, Ariel Mendes, diretor de Relações Institucionais da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e diretor da Divisão de Produtos de Origem Animal da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), discutiu o panorama mercadológico no país e apontou as principais tendências na indústria do setor. Entre elas destacou que “o Brasil vai continuar sendo o grande produtor e exportador de proteína animal do mundo, mas a questão regulatória é uma grande barreira que faz o país perder produtividade e precisa ser reestudada cientificamente de forma mais criteriosa. E a exportação de material genético é uma das nossas forças para o futuro”.
Na sequência, Gerardo Morantes, diretor de Segurança Alimentar da Bühler na América do Norte alertou que ”vencer o alimento tóxico é um desafio lobal, já que nada menos que 25% do milho produzido é contaminado por micotoxina em todo o mundo e em apenas dezoito minutos uma nova geração de salmonela pode se desenvolver”. Portanto, segundo ele, entre os principais direcionadores estratégicos para ampliar a segurança alimentar está em primeiro lugar a educação e conscientização de todos os agentes envolvidos na cadeia para que a nutrição animal passe a ter o mesmo rigor de sanitariedade que a humana. “A tendência é que a humanidade possa evoluir num princípio básico: a ração vira alimento e alimento vira remédio”, afirma. Outra grave questão que ameaça o futuro é a crescente resistência das bactérias. “Temos um histórico de produção de antibióticos para a promoção de crescimento que criou outro monstro, bactérias super-resistentes. Isso exige que o esforço de prevenção de contaminação já na origem da produção e ao longo de toda a cadeia produtiva seja a prioridade número um”.
Já Wolmer Hesselbach, gerente de Vendas de Automação da Bühler na Suíça, apresentou possibilidades tecnológicas de vanguarda que começam a reger o mundo industrial pela Internet das coisas (IoT). São soluções inovadoras viabilizadas pela digitalização e integração de informação que estão gerando a chamada nova indústria 4.0 com máquinas inteligentes que interpretam dados e corrigem automaticamente o processo produtivo. “Por meio da automação e digitalização, que permitem a integração máxima dos processos para aumentar a eficiência, o compromisso da Bühler é reduzir em 30% o consumo de energia das máquinas até 2030”, anuncia como uma das metas globais da companhia que investe anualmente 5% da receita em pesquisa e desenvolvimento.
Fechando o evento, outro ponto alto foi a palestra de Mariana de Léon, gerente de produto da Bühler na nova área de Soluções Tecnológicas com Insetos. Quebrando paradigmas conceituais, a engenheira biotecnológica abordou o uso da proteína de larvas cultivadas de insetos e de resíduos orgânicos como uma valiosa matéria-prima para rações e promissora tendência de base proteica alimentar do futuro. “Acreditamos que os insetos têm um alto potencial como fonte de proteína sustentável para ração animal, pois são a maior população do planeta, são muito eficientes na transformação de resíduos orgânicos, além de serem ricos em proteínas, que podem ser posteriormente transformadas, por exemplo, em nutrientes para aves ou peixes”, destaca.
Ou seja, os insetos e resíduos orgânicos podem ser uma fonte alternativa importante para fechar o ciclo de perdas e de desperdício na cadeia de valor dos alimentos. No evento a especialista demonstrou como uma planta industrial de processamento desse tipo de proteína representa um investimento muito mais econômico e já convida todos os empresários interessados em saber mais para conhecer uma nova fábrica do gênero que está sendo construída na Holanda e deve ser inaugurada no ano que vem.
Os seminários promovidos pela Bühler têm o propósito de repensar e transformar de dentro para fora a indústria especializada em nutrição humana e animal para ajudar todo o segmento a avançar e crescer com ainda mais vigor no futuro. Historicamente a empresa é engajada em construir uma rede de inovação colaborativa com funcionários, clientes, instituições de pesquisa, associações, fornecedores, startups e empreendedores em geral a fim de promover inovações para um mundo melhor, mais seguro e sustentável.