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Geração distribuída

Estudo aponta para ameaça contínua aos ganhos e à capacidade de hospedagem das concessionárias

A pesquisa mostra que 58% dos respondentes acreditam que, em 2030, a GD levará à redução de receitas

As concessionárias de energia vêm enfrentando o seu maior risco de perda de receita em geração distribuída (GD), incluindo baterias solares fotovoltaicas residenciais e à combustível, de acordo com o estudo da Accenture (NYSE: ACN) – Digitally Enabled Grid – que chega a sua quarta edição.

A pesquisa – realizada com mais de 100 executivos de concessionárias, em mais de 20 países – mostra que 58% dos respondentes acreditam que, em 2030, a GD levará à redução de receitas. A preocupação é maior na América do Norte e Ásia-Pacífico do que na Europa, por conta da prevalência, nestas regiões, de concessionárias verticalmente integradas e que enfrentam o impacto da queda na receita de vendas de energia combinada ao aumento dos custos de rede para uma entrega de energia confiável.

Os executivos afirmam que as maiores preocupações relacionadas à geração distribuída na capacidade de hospedagem de rede das concessionárias virão de fabricantes de energia com GD em pequena escala (citado por 59%), seguidos por GD conectada de média ou alta tensão, como usinas de energia solar de grande porte (28%).

Assim, 59% dos executivos esperam um aumento nas falhas de rede até 2020, devido ao uso mais volátil de suas redes, desencadeado pela implantação de geração renovável distribuída. Na verdade, 59% dos executivos acreditam na exaustão de sua capacidade de hospedagem de GD no prazo de 10 anos, se não antes. Depois disso, acomodar a nova GD na rede de distribuição exigirá custos de reforço de capital cada vez mais elevados. Diante desse tipo de problema, apenas 14% das concessionárias de distribuição têm uma previsão bem clara de sua capacidade potencial de hospedagem de rede de geração distribuída.

“A geração distribuída tornou-se uma forte tendência graças ao ritmo intenso da evolução tecnológica, cenários econômicos mais favoráveis e à acessibilidade e apelo ambiental crescentes da energia solar fotovoltaica residencial”, diz Stephanie Jamison, diretora executiva deTransmissão e Distribuição da Accenture. “A combinação da energia solar fotovoltaica com opções mais econômicas de armazenamento em bateria é uma solução para a demanda e eficiência energética, dará aos consumidores mais poder e exigirá mais flexibilidade e diferentes tipos de serviços das concessionárias de distribuição. Apesar dos desafios que a integração dessas novas tecnologias representa, é essencial atender às expectativas crescentes dos consumidores e posicionar as concessionárias para que forneçam modelos de negócios baseados em serviços, que possam gerar as tão necessárias novas receitas.”

Integração de geração distribuída mais inteligente para enfrentar o desafio

Os executivos das concessionárias veem a integração de geração distribuída como o desafio de negócio que mais cresceu ao longo dos últimos dois anos. Em resposta ao efeito perturbador da GD na rede, a maioria das concessionárias prevê a implantação de um conjunto amplo de novas capacidades ao longo dos próximos 10 anos em temos de planejamento de capacidade da rede, suporte de armazenamento e operações de geração distribuída. Mas ainda há um longo caminho à frente.

”Para uma integração bem-sucedida da GD e para que as concessionárias se beneficiem da sua proliferação, será necessária uma abordagem equilibrada e que abrange toda a rede”, acrescentou Stephanie. “Será necessário chegar ao equilíbrio certo entre investimentos prudentes de capital, otimização das operações e gastos com manutenção, ao mesmo tempo em que são realizados o gerenciamento das restrições regulatórias na implantação e o investimento em soluções inteligentes. Este investimento oferece a oportunidade de reduzir os gastos de capital antecipados em reforço de rede e custos operacionais, mantendo a qualidade e a confiabilidade do fornecimento de energia”.

Complementando o estudo, a modelagem econômica da Accenture revelou que a implantação de soluções de rede inteligentes (smart grid) voltadas para o cliente poderia reduzir os gastos de capital para o reforço de redes de pequena escala da GD em cerca de 30% até 2030, nos Estados Unidos e na Europa; o equivalente a reduções de US$ 6 e 16 bilhões, respectivamente.

As reduções no custo seriam possíveis por conta das tecnologias de otimização de redes para maior eficiência, em uma faixa de operação mais dinâmica. Por exemplo, os incentivos de localização poderiam orientar o investimento para trechos da rede com custos de reforço mais elevados; a redução da produção da GD poderia ser feita em momentos críticos, e os serviços de armazenamento e resposta à demanda poderiam ser implantados.

A executiva explica ainda que, de fato, uma integração mais inteligente da GD tem o potencial de ser uma peça fundamental do smart grid para muitas empresas de distribuição, fornecendo soluções econômicas para um de seus desafios mais urgentes.

Metodologia

O estudo anual da Accenture – Digitally Enabled Grid – avalia as implicações e oportunidades de redes cada vez mais digitais. O estudo de 2017 incluiu entrevistas com mais de 100 executivos de concessionárias, em mais de 20 países, realizadas entre os meses de outubro de 2016 e janeiro de 2017. Os executivos entrevistados estavam envolvidos nos processos de tomada de decisão para questões relacionadas à smart grid, com 71% representando concessionárias integradas e 29% concessionárias autônomas. Os países representados incluem África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Austrália, Bélgica, Brasil, Canadá, China, Emirados Árabes Unidos, Espanha, EUA, Filipinas, Holanda, Itália, Japão, Malásia, Noruega, Portugal, Reino Unido, Suíça e Tailândia. A Accenture também realizou uma modelagem para avaliar os custos de integração de geração distribuída na rede, e a economia potencial para reforço de custos de capital.