“As cooperativas estão muito bem estruturadas, seguindo um planejamento, e isto é que faz a diferença neste momento para os produtores.” A frase foi dita pelo presidente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken, durante reunião com integrantes dos Conselhos de Administração, Fiscal e Consultivo da Cocamar, na manhã desta quinta-feira (20/07) na cooperativa, em Maringá. Segundo Ricken, 2017 “está sendo diferente” em comparação aos últimos cinco anos, devido principalmente ao caos político, que deixa o governo sem ação.
O presidente estava acompanhado do superintendente Robson Mafioletti e de outros representantes da entidade. Ele frisou que o cooperativismo do Paraná deve fechar o ano “em condições tranquilas, mas com resultado menor, o que já era previsto, como reflexo da forte retração da economia nos últimos anos”.
“O produtor que está fora do sistema cooperativista se sente inseguro e sua preocupação é maior em comparação ao produtor que se sente abrigado em sua cooperativa”, ressaltou Ricken. Ele enfatizou a necessidade de os associados fortalecerem a sua organização para, em momentos assim, se sentirem mais protegidos. No ano passado, o grupo com as dez maiores cooperativas paranaenses registrou um crescimento médio de 13,8% no comparativo com 2015. Considerando todo o setor cooperativista do estado, o faturamento em 2016 foi de R$ 70 bilhões, 16% a mais que no exercício anterior.
O dirigente lembrou que no Paraná quase 60% de tudo o que se produz passa pelas cooperativas. Da mesma forma, 50% da capacidade de armazenagem de grãos, no estado, está em poder do sistema cooperativista. Mas deixou claro: se os cooperados não fixarem as suas safras, deixando-as armazenadas indefinidamente nas unidades das cooperativas, o desafio de acondicionar produções tão grandes quanto à da atual safra de milho de inverno, será cada vez maior.
Ricken fez menção, ainda, ao “desastre” ocasionado pela operação Carne Fraca, da Polícia Federal, que criou grandes dificuldades para a comercialização de carne bovina nos mercados interno e externo. “Para os produtores das matérias-primas que são a base alimentar dos rebanhos, esta situação afetou diretamente”, comentou.
Quanto ao Plano Safra 2017/18, Ricken disse que foi garantido, ao menos, o mesmo montante do ano passado. “Cogitava-se que seria 30% menos”, citou, frisando que haverá recursos para custeio, mas foi retirado o dinheiro de giro (usado para adiantamento ao produtor). E lembrou que no dia 12 de julho, cooperativas de todo o Brasil fizeram uma mobilização para tentar reverter isso junto ao governo federal.