Embora o entusiasmo ainda não esteja como no ano passado, o Índice de Confiança do Agronegócio (IC Agro subiu 6,7 pontos no 3º trimestre deste ano em relação ao 2º trimestre, ficando em 99,1 pontos. O resultado, medido pelo Departamento do Agronegócio (Deagro) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e pela Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), indica uma melhora significativa das expectativas. Em 2016, os dados do mesmo período apontaram 106,3 pontos. De acordo com a metodologia do estudo, uma pontuação acima de 100 pontos corresponde a otimismo e abaixo disso indica baixo grau de confiança.
Segundo os IC Agro, a recuperação do indicador foi percebida em todos os segmentos pesquisados. A indústria antes da porteira (insumos agropecuários) somou 104,8 pontos, alta de 11 pontos ante o trimestre imediatamente anterior. Para a indústria depois da porteira (como as de alimentos e tradings), houve avanço de 5,8 pontos, para 102,7 pontos, ante o último levantamento. O resultado mostra que essas empresas retornaram a um patamar de otimismo moderado, muito próximo ao registrado em 2016.
Já para o produtor agropecuário, o avanço foi de 5,9 pontos em relação ao trimestre anterior, para 93,2 pontos. Ainda que pelo terceiro levantamento consecutivo o indicador permaneça abaixo dos 100 pontos, a recuperação não deixa de ser uma boa notícia. “Os resultados mostram que a confiança aumentou mais entre os pecuaristas do que entre os produtores agrícolas, depois de atingir o menor nível da série histórica”, diz Márcio Lopes de Freitas, presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB). Em comum, o crédito foi um dos aspectos que contribuiu para melhorar os ânimos nos dois grupos.
Os pecuaristas formam o grupo que mais ganhou confiança no trimestre. Seu indicador subiu 14 pontos, chegando a 94,2 pontos. Depois de registrar no 2º trimestre o patamar mais baixo da série histórica (80,2 pontos), o indicador mostrou recuperação, embora esteja ainda abaixo dos 100 pontos. “Vale destacar que no trimestre passado, os horizontes no mercado de carnes eram muito incertos: o setor ainda sofria as consequências da Operação Carne Fraca e pairavam muitas dúvidas após a delação da JBS, em maio desse ano. A melhora nos preços do boi ajudou a melhorar o ânimo dos pecuaristas”, completa Antonio Carlos Costa, gerente do Deagro da Fiesp.
O avanço do indicador apresentou uma alta mais moderada para o produtor agrícola dentre todas as categorias pesquisadas, ao alcançar 92,9 pontos, aumento de 3,1 pontos. No trimestre, os ânimos melhoraram em outro aspecto relevante: os preços agrícolas de commodities importantes como a soja e o milho se recuperaram um pouco em relação ao 2º trimestre, com a abertura de algumas janelas de comercialização. Com informações Fiesp.