A alta taxa de crescimento do frango de corte resulta, em grande parte, do melhoramento genético e das condições de produção, como nutrição, manejo e sanidade. Do ponto de vista genético, busca-se uma ave capaz de ganhar peso de forma muito rápida com o objetivo de abate em menor intervalo de tempo, considerando que quanto antes a ave será abatida e com o peso ideal menor será o gasto com mantença.
No entanto observa-se no início do período de produção, é que o frango produz muita massa muscular em prejuízo do desenvolvimento do esqueleto, coração e sistema circulatório, afetando a resposta imune e a viabilidade. Assim, as aves ganham peso muito rápido o que predispõe ao desenvolvimento de problemas de pernas, como desvios valgus-varus, ascite, apresentam baixa viabilidade, indicando comprometimento da eficiência alimentar (DONALD et al., 2001).
Sabe-se que as aves percebem a luz através dos receptores da retina e da penetração da luz na pele, estimulando as partes fotossensíveis do cérebro. A glândula pineal é uma glândula chave, localizada no cérebro e influenciada pela luz do meio ambiente (DAVIS e SIOPES, 1996). As células secretoras da pineal produzem melatonina, um potente antioxidante, que possui ação similar à da vitamina E, atuando através da destruição de radicais livres no organismo, os quais são responsáveis por danos as células do corpo. Portanto, a melatonina ajuda a manter as células sadias (ACUÑA-CASTROVIEJO et al., 1997). No entanto, a luz inibe a produção de melatonina e a escuridão a estimula. Portanto, frangos expostos à luz contínua e altas intensidades são severamente deficientes em melatonina.
Deste modo, um programa de luz bem elaborado com restrição luminosa no início do crescimento, com período de escuro e controle da intensidade tendem a melhorar a conversão alimentar e a sobrevivência, diminuindo as patologias. Estes benefícios são relevantes quando são considerados frangos de corte machos que apresentam taxa de crescimento mais acelerada em relação às fêmeas.
Grandin e Johnson (2006) consideram o comportamento como uma mistura complexa de ações aprendidas, emoção com base biológica e comportamento instintivo inato. O padrão fixo de ação é inato, mas o estímulo específico que o aciona é determinado pelo aprendizado e pela emoção. Os princípios básicos do comportamento animal estão nas ações aprendidas, como na escolha das relações sexuais, preferências e local de consumo, relação de socialização e competição.
O comportamento das aves compreende: espaço, proteção das penas (utilizando as glândulas do uropígio), ciscar, espojar, banhar, empoleirar (CAMPOS, 2000).
Grande parte do padrão de comportamento normal da ave é frustrada pela criação em baixas intensidades luminosas nos períodos finais da criação. Dentre as expressões pode- se destacar a necessidade de procurar alimento e de evitar predadores (PARANHOS DA COSTA, 2002).
Mesmo com as restrições ambientais, Paranhos da Costa (2002) afirma que frangos de granja ainda são aptos para expressar muitos dos comportamentos típicos da espécie. Entende-se que muitas mudanças de comportamento são decorrentes da intensa seleção para altas taxas de crescimento e de eficiência. Fatores que podem prejudicar o bem-estar das aves.
Considerando as diferenças observadas entre frangos criados em altas e em baixas intensidades de luz e distintas cores este trabalho teve por objetivo avaliar os efeitos da intensidade luminosa sobre o comportamento das aves.
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