A semana começou com boas notícias para os suinocultores. A Associação Paulista dos Criadores de Suínos (APCS) sinalizou o fechamento da Bolsa de Suínos ontem (16/05) entre R$ 65 a R$ 67@, respectivamente R$ 3,47 a R$ 3,57Kg do animal vivo – na semana passada, São Paulo fechou entre R$ 58,00 a R$ 60,00/@. A Associação dos Suinocultores de Minas Gerais (ASEMG) registrou um aumento de R$0,25 Kg/vivo, fechando em R$ 3,50 Kg/vivo a bolsa mineira – aumento relativo ao preço de R$ 3,25 acordado no Estado na semana anterior.
São Paulo: Melhora nos preços não diminui incertezas
Ferreira Júnior, presidente da APCS aponta que o setor atravessa momentos difíceis com complexidades, o que leva ao cenário de incertezas e possíveis desarranjos na produção e produtividade das granjas. “Os atuais números praticados pelo mercado inviabilizam de fato o setor. Comprar milho em torno de R$ 50,00 a R$ 53,00/saca de 60 quilos é algo imaginável e não existe a mínima possibilidade de fechar a conta dos produtores de suínos.
O representante descreve que a relação de troca no momento é de 1 : 1,23, uma arroba suína compra apenas 1,23 sacas de milho. O ideal para o setor é de pelo menos 1 : 2,5. “Veja o tamanho do prejuízo’, alerta. “O custo de produção hoje está em torno de R$ 75,00/@ = R$ 4,00/Kg vivo, enquanto o preço de venda é de R$ 65,00/@ = R$ 3,47/Kg vivo. Prejuízo de R$ 0,53/Kg. Um animal pronto para o abate pesa 100 quilos. Desta forma, a cada suíno vendido o produtor perde no mínimo R$ 53,00/animal abatido. A manutenção do cenário leva a perda do segmento de pelo menos R$ 1,961 bilhões de reais”, aponta.
Minas Gerais: Reajuste representa aumento das expectativas
Mesmo ainda chegando ao valor ideal para zerar prejuízos e gerar ganho consolidado ao suinocultor, o presidente da ASEMG já comemora a melhora nos preços do animal vivo em relação a semana passada. “Os dados das nossas expectativas foram consolidados, isso significa que está havendo uma redução do prejuízo. O reajuste de R$ 0,25 não significa que saímos do prejuízo, continuamos a trabalhar no vermelho, mas estamos com muitas expectativas de que nos próximos meses possamos recuperar”, entende Antônio Ferraz.
O otimismo de Ferraz se concentra, principalmente, na indústria. “A nossa expectativa é que possamos recuperar o poder aquisitivo do suinocultor a partir de maio, historicamente as indústrias já começam a fazer estoques para as festas natalinas, o clima também é benéfico. Estamos confiantes”, diz.