O Índice de Confiança do Agronegócio (IC Agro) do 3º trimestre, medido pela Fiesp e pela Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), alcançou 106,3 pontos, alta de 4,2 pontos em relação ao trimestre anterior. A pontuação é recorde na série histórica do indicador, iniciada em 2013, e confirma o otimismo do setor.
De acordo com a metodologia da pesquisa, divulgada nesta quinta-feira (10/11), uma pontuação igual a 100 pontos corresponde à neutralidade. Resultados acima disso indicam confiança.
Entre as variáveis que contribuíram para o resultado do IC Agro, o destaque ficou novamente com o item “economia do Brasil”, com alta de 14 pontos, atingindo um patamar de 98 pontos, marca superior a qualquer sondagem anterior.
Para o presidente da Fiesp e do Ciesp, Paulo Skaf, esta sondagem confirmou a forte variação de quase 20 pontos ocorrida no segundo trimestre deste ano. “Da mesma forma, o principal indicador a alavancar o resultado foi a economia do país. Mesmo com o crescimento da preocupação com a queda dos preços, por exemplo, a confiança de que o Brasil sairá da maior crise econômica de sua história sustentou o índice em níveis elevados.”
No entanto, complementa Skaf, “sabemos que a confiança dificilmente se manterá se os indicadores econômicos não apresentarem uma melhora efetiva, o que somente ocorrerá com as reformas estruturantes de que precisamos e essa agenda começa com a aprovação da PEC do teto dos gastos públicos pelo Senado Federal”.
Os índices de confiança dos produtores agropecuários e das indústrias Antes e Depois da Porteira também retratam otimismo do setor. A confiança dos produtores agropecuários chegou a 108,2 pontos, 4,7 pontos em relação ao trimestre anterior, que pela segunda vez consecutiva registra pontuação acima dos 100 (que representa visão positiva).
O presidente da OCB, Márcio Lopes de Freitas, destaca que a confiança do produtor agropecuário, que registrou o quinto aumento trimestral consecutivo, foi influenciada por uma situação mais favorável para culturas que vinham sendo muito castigadas, como a cana-de-açúcar, o café e a laranja, que compensaram a falta de entusiasmo com a queda nos preços de grãos, cujas cotações vêm caindo desde que atingiram o pico, no segundo trimestre deste ano. “O clima mais favorável ao plantio também ajuda, já que os últimos anos foram marcados por quebras de safras de diferentes produtos em diferentes Estados, e traz uma boa expectativa quanto à produtividade para a safra 2016/17”.
Como em todos os elos da cadeia analisados pelo indicador, os fornecedores de insumos agropecuários (indústria Antes da Porteira) fecharam o terceiro trimestre com 108,2 pontos, 6,4 pontos a mais que o resultado anterior. Os setores de fertilizantes e defensivos agrícolas contribuíram para o otimismo.
No entanto, neste elo da cadeia, as condições específicas do negócio preocupam, como os preços dos grãos para a próxima safra, o que afeta o agronegócio de forma geral.
No terceiro trimestre de 2016, a indústria Depois da Porteira (Alimentos), conseguiu sustentar o otimismo e a avaliação positiva que conquistou no trimestre anterior – depois de registrar pontuação abaixo dos 100 pontos por oito trimestres consecutivos – e avança 2,8 pontos, fechando o período com 103,4 pontos.
No entanto, a recuperação do consumo mais lenta do que a esperada limitou ganhos mais expressivos de confiança.