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Exportações de milho despencam por atraso nos embarques da soja

Com apenas 159,2 mil toneladas exportadas em abril, foi de 71,7% a queda nos embarques de milho brasileiro em relação ao mesmo mês do ano passado (562,4 mil toneladas).

Exportações de milho despencam por atraso nos embarques da soja

Com apenas 159,2 mil toneladas exportadas em abril, foi de 71,7% a queda nos embarques de milho brasileiro em relação ao mesmo mês do ano passado (562,4 mil toneladas). De acordo com dados do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), no acumulado do ano-safra 2014/2015 as exportações totalizam 1,938 milhão de toneladas. Isso significa um resultado 12% menor que as 2,203 milhões de toneladas embarcadas entre fevereiro a abril da temporada 2013/14.

A queda é causada principalmente pelo atraso na colheita da soja, o que levou ao embarque tardio da oleaginosa. “Com a prioridade dada à movimentação com soja em abril, a exportação de milho despencou. Em março, sem a concorrência com a soja em volume, foram destinadas ao mercado externo 675,4 mil toneladas do cereal”, afirma análise da Carlos Cogo Consultoria Agroeconômica.

O resultado desse cenário é uma queda de 74,3% na receita, de US$ 124,6 milhões no ano passado para US$ 32 milhões neste mês de abril. Mesmo na comparação com março deste ano (US$ 132,9 milhões), houve recuo de 75,9%.

O analista Carlos Cogo afirmar que a pressão baixista sobre os preços do milho vai se acentuar durante a colheita da segunda safra deste ano, que deve obter 48 milhões de toneladas em menos de 60 dias. “Não há como escoar esse volume de milho em um ano em que as vendas externas de soja demoraram para deslanchar. Os portos ficarão ocupados mais tempo com os embarques de soja em 2015”, prevê ele.

Cogo informa que, em média, os preços do milho ao produtor acumulam uma baixa de 10,2% nos últimos 30 dias. Com uma produção de milho estimada em 78,3 milhões de toneladas, somada a estoques iniciais recordes (14,3 milhões de toneladas), a expectativa é de uma oferta de 93,1 milhões de toneladas em 2015. Com um consumo interno estimado em 55 milhões de toneladas, haverá excedente de mais de 38 milhões de toneladas.

“Na melhor das hipóteses, exportaremos 22 a 23 milhões de toneladas. Ainda restariam mais de 15 milhões de toneladas ao final deste ano. Perdemos a oportunidade e o tempo para vender mais e com preços mais compensadores. Os espaços para a exportação de milho encurtaram em 2015. As tradings não querem fechar contratos para embarques de milho em julho e agosto – aceitam apenas contratar exportações para embarques em setembro e outubro”, conclui.