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Economia

Suinocultura: Potencial produtivo de 347 mil toneladas em Mato Grosso

Número de matrizes da suinocultura em Mato Grosso possui potencial de produzir mais de 347 mil toneladas de carne no ano.

Suinocultura: Potencial produtivo de 347 mil toneladas em Mato Grosso

A suinocultura é uma das cadeias produtivas mais importantes da agropecuária. Segundo dados da Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS), o segmento movimenta mais de R$ 12,7 bilhões no Brasil anualmente, empregando 1 milhão de pessoas direta e indiretamente e com taxa de reprodução média de 25 animais a cada cria.

Considerando que o número de matrizes (fêmeas utilizadas na procriação) no Estado é de 138.865 em 2015, segundo a Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat), e que após o período de um ano cada filhote pesa em torno de 100 kg – intervalo considerado ideal pelos produtores da suinocultura em relação à gestação dos animais –, então as porcas das terras mato-grossenses têm potencial de produzir 347,1 mil toneladas de carne.

A produção em quantidade de carne é bem superior à da criação bovina, que demanda áreas muito maiores para seu desenvolvimento, além de possuir intervalo superior entre gestações na comparação com os suínos – em média, as vacas ficam prenhas a cada um ano e meio.

O número de matrizes é 13,6% superior do que os produtores da suinocultura mato-grossense dispunham em 2013, de acordo com a própria Acrismat, e 85,6% mais do que o aferido no ano de 2001, quando o setor agropecuário começava a se desenvolver no Estado.

A área parece alheia às perspectivas negativas que permeiam a bovinocultura, por exemplo, que algumas regiões de Mato Grosso experimentam queda de produtividade acima de 40% na comparação com o ano passado. A boa fase já era esperada desde o fim de 2014, quando os produtores estaduais anotaram rentabilidade 20% superior à registrada em 2013. No dia 9 julho outra boa notícia: a empresa de alimentos BRF, uma das maiores do mundo, anunciou um investimento de R$ 1,1 bilhão para ampliação das operações.

O aporte contemplará as unidades de frangos e suínos e deverá ocorrer ao longo de três anos nos municípios de Nova Mutum, Várzea Grande, Nova Marilândia, Lucas do Rio Verde e Campo Verde. O anúncio foi feito pelo governador Pedro Taques e o diretor da multinacional brasileira, André Luis Baldissera, durante o lançamento do 10º Circuito Aprosoja, na capital.

Segundo informações da Acrismat, o Brasil produziu 3,4 milhões de toneladas de proteína suína no ano passado. Este ano, a expectativa é de que 100 mil toneladas a mais estejam disponíveis no mercado, totalizando 3,5 milhões.

A suinocultura também está contemplada no plano agrícola 2015/2016. Lançado pelo Governo Federal no início de junho; o setor deve dividir um investimento de R$ 1,4 bilhão com a avicultura, hortigranjeiros e a pecuária de leite por meio do Programa Inovagro.

Mapa realiza auditoria em MT

Com mais de 2 milhões de cabeças de suínos, o Estado de Mato Grosso passará por auditoria do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa). O objetivo é certificar que o Estado cumpriu todas as exigências do Mapa para pleitear o selo de Zona Livre da Peste Suína Clássica (PSC), da Organização Internacional de Epizootias (OIE).

Na tarde desta segunda-feira (13.07), a Acrismat participou de reunião com um representante do Mapa na sede do Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso (Indea-MT).

De acordo com o médico veterinário da Acrismat Igor Queiroz Silva, a indicação de Mato Grosso e de outros 13 Estados para pleitearem o selo da OIE acontecerá em bloco, pois, desde o ano passado, a Organização Internacional de Epizootias certifica países ou Estados como zona livre da PSC e o Mapa é encarregado de indicar as localidades que estão preparados para receber a certificação.

Segundo o presidente do Indea-MT, Guilherme Nolasco, foram implantadas sete barreiras sanitárias que fazem fronteira com a Bolívia e cinco postos de fiscalização em Itiquira, Alto Araguaia, Barra do Garças, Vila Rica e Guarantã do Norte, além de uma barreira volante, que atualmente está em Colniza e que funcionará a cada 10 dias em diversas rodovias do Estado. Cerca de 270 servidores passaram por cursos de qualificação e reciclagem para trabalharem nos postos.

“Nós também estamos com uma parceria com a Secretaria de Fazenda e a Secretaria de Segurança Pública que vão trabalhar conosco nesses postos, para reforçar a segurança e evitar a evasão fiscal,” explicou o presidente do Indea-MT.

De acordo com o fiscal federal agropecuário do Mapa Roberto Hausen Messerschmidt, o Ministério está ciente dos pontos que Mato Grosso trabalhou para receber o selo: “[O selo] é de muita importância para todos os criadores e para o Estado, porque ele garante a sanidade dos animais. Com o selo da OIE os criadores irão aumentar a remuneração e conquistar novos mercados”.