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BRF e governo divergem sobre tributação de lucros no exterior

"Não podemos pagar 34% de impostos quando em determinados países paga-se 10%", afirmou Abílio Diniz em palestra no "Bradesco Brazil Investiment Forum".

BRF e governo divergem sobre tributação de lucros no exterior

O presidente do conselho de administração da BRF, o empresário Abilio Diniz, reconheceu que a empresa de alimentos está “numa queda de braço com o governo” nas discussões sobre a tributação de lucros no exterior. “Não podemos pagar 34% de impostos quando em determinados países paga-se 10%”, afirmou o empresário, em palestra no “Bradesco Brazil Investiment Forum”, evento realizado pelo banco Bradesco na capital paulista.

De acordo com Abilio, a posição da BRF no que diz respeito à tributação de lucros no exterior é uma demonstração de que ele não está sempre em “lua de mel com governo”, embora se declare amigo da presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente Lula.

Apesar de alguns descontentamentos, Abilio voltou a afirmar que a economia do Brasil é “sólida”, como já havia feito na sexta-feira passada na “Maratona Valor PME”, evento realizado pelo Valor. “Os fundamentos da economia brasileira estão sólidos, não há quem duvide disso. Realmente, tem que tomar o maior cuidado com a inflação, mas os instrumentos que nós temos para segurar a inflação nem de longe foram sequer acionados”, afirmou.

Segundo Abilio, é preciso colocar o país dentro de uma perspectiva histórica. “Às vezes, a memória é curta”, disse, lembrando as dificuldades econômicas do país nos anos 1980 e no início da década de 1990. “Nós passamos pela crise de 2008, e depois a de 2010 e 2011”, acrescentou.