As exportações mineiras de carne bovina, no acumulado de janeiro a março de 2014, tiveram um aumento de valor de 4,1% em relação a idêntico período do ano passado, atingindo US$ 101,2 milhões. O volume dos embarques cresceu 6,4%, alcançando 23,4 mil toneladas, conforme dados do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), analisados pela Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa).
De acordo com a Superintendência de Política e Economia Agrícola (Spea) da Secretaria, o primeiro trimestre deste ano foi favorável também às exportações de carne suína. Neste caso, os negócios somaram US$ 39,1 milhões, cifra 29,1% superior à registrada no acumulado de janeiro a março de 2013. Foram embarcadas 12,4 mil toneladas do produto, volume 17,7% superior ao do primeiro trimestre de 2013.
Já as vendas do Brasil, nesse segmento, somaram US$ 290 milhões, cifra 8,6% inferior à de igual período do ano passado. E os embarques, de 109,8 mil toneladas, tiveram um recuo da ordem de 8%.
Existe, no entanto, a possibilidade de uma reversão desse quadro, pois a Rússia, um dos maiores importadores de carne suína do mundo, está em disputa comercial com a União Europeia, que poderá dificultar a venda do produto para aquele mercado. Nesse caso, segundo a avaliação da Spea, o Brasil pode ser favorecido com a expansão das vendas de carne suína para a Rússia, e um sinal dessa tendência é que, em março, já foi habilitada pelos russos mais uma unidade exportadora localizada no Rio Grande do Sul.
Minas Gerais também poderá ser beneficiada, pois a Rússia é o principal destino da carne suína do Estado, sendo que 85% do volume exportado no primeiro trimestre destinou-se àquele mercado.
Produção de qualidade
Segundo o secretário da Agricultura, André Merlo, um fator de fundamental importância para a boa aceitação da carne de Minas no exterior é o dinamismo do setor, além do cumprimento dos pré-requisitos de qualidade para atender ao mercado externo.
“Antes, o mercado interno se beneficia desse esforço. No caso da sanidade, o trabalho tem a participação do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), vinculado à Secretaria, serviço essencial para a comercialização de animais em condições de atender ao mercado”, diz Merlo. O secretário assinala que, “nesse contexto, uma iniciativa importante é o Programa de Regionalização de Frigoríficos de Minas Gerais (Profrig), anunciado pelo Governo de Minas em 27 de março, para a criação de pequenos frigoríficos certificados nos municípios e comunidades do Estado para atender ao mercado interno”.
Idealizado para atender à criação de cerca de 21 novos abatedouros destinados inicialmente ao abate inspecionado de bovinos, suínos, caprinos e ovinos, o programa será desenvolvido por meio da parceria do Governo do Estado, municípios e empreendedores do setor, sendo que a Associação dos Frigorificos de Minas Gerais e Espírito Santo (Afrig) participa da mobilização desses empresários. A coordenação é da Secretaria da Agricultura.