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Mercado Interno

Pesquisa mostra alta de preços de até 19% em supermercados

Foi a maior variação desde 2009, quando foi iniciada essa série.

Pesquisa mostra alta de preços de até 19% em supermercados

Os preços de uma cesta de 104 itens chegaram a subir até 19% nos supermercados entre 2012 e 2013, segundo pesquisa anual da Proteste (associação dos consumidores) feita em 21 cidades de 14 Estados do país.

Foi a maior variação desde 2009, quando foi iniciada essa série. A cesta tem produtos que vão de hortifrúti a higiene e limpeza.

A pesquisa mostrou alta generalizada nos preços de alimentos, bebidas e artigos de limpeza e higiene em todo o país. São coletados para essa cesta apenas os valores de marcas líderes de mercado em cada região pesquisada.

Quem bater perna na hora de comprar consegue uma economia de até R$ 2.028,90 por ano, considerando a compra mensal dessa cesta.

O resultado vale para São Paulo, onde o custo de uma cesta foi em média de R$ 369,83. No Rio e em Florianópolis, a economia anual chegou a R$ 1.480,04 e
R$ 1.406,03, respectivamente, segundo o estudo.

NORDESTE LIDERA

Os Estados com o maior aumento nos preços neste ano, na comparação com 2012, estão no Nordeste. No Ceará, houve aumento de 19%, seguido por Bahia (17%), Maranhão (17%) e Paraíba (16%). “É justamente a região de maior ascensão da chamada nova classe média”, disse Michele Alves, responsável pela pesquisa.

Maria Inês Dolci, coordenadora institucional da Proteste, lembra que, além de o frete para essa parte do país ser mais elevado, os consumidores dessa região têm menos “educação para o consumo”, o que pode facilitar o repasse do aumento de preços pelos supermercados. “Isso ocorre principalmente em áreas onde a concorrência também é menor”, diz.

A menor variação de preços ocorreu em Goiás, onde os valores médios dos produtos subiram 11%. Neste ano, nenhum Estado registrou recuo nos preços da cesta.

Na pesquisa do ano passado, o maior aumento foi de 8% em Minas Gerais e em Pernambuco. No Rio Grande do Norte e no Paraná houve até deflação de 3% e 2%, respectivamente.

BISCOITO VILÃO

Os pesquisadores agiram como consumidores à procura do menor preço e evitaram coletar informações nos dias de promoções temporárias de alguns setores. Foram 1.357 estabelecimentos visitados.

Para comparar os resultados, eles encontraram o supermercado “mais caro” e o “mais barato” de cada cidade. No cálculo da economia anual por cidade, estimaram a compra de uma cesta de 104 itens por mês.

A variação de preços de um mesmo produto chegou a 195% em uma mesma cidade. É o caso do biscoito maisena, na comparação feita em supermercados de São Paulo. Em seguida estão lâmpada incandescente e empanado de frango, com respectivamente diferenças de preço de 194% e 192%.

COMPARAÇÃO

Enquanto o consumidor paulista pagou em média R$ 369,83 para adquirir a cesta com 104 itens, o de Santa Catarina gastou R$ 26 a mais para obter os mesmos produtos. No Rio Grande do Norte, foi encontrada a cesta de menor preço médio: R$ 338,640.

“O consumidor tem de aprender que vale a pena atravessar a rua de uma mesma região ou bairro e comparar os preços antes de comprar. Um terço do orçamento doméstico é gasto nas compras em supermercados. Não é pouca coisa” disse a coordenadora da Proteste.