Os preços pagos aos produtores agropecuários no Estado de São Paulo registraram nova queda na terceira quadrissemana de fevereiro. A retração registrada no período foi de 1,82%, segundo Índice Quadrissemanal de Preços Recebidos pela Agropecuária Paulista (IqPR), levantamento feito pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo.
Os produtos de origem animal (cortes de carnes suína, bovina e aves, ovos e leite) continuam sendo responsáveis pela retração dos preços e, juntos, acumularam variação negativa de 4,03%, afirmam Luis Henrique Perez, Danton Leonel de Camargo Bini, Eder Pinatti, José Alberto Angelo e José Sidnei Gonçalves, autores da pesquisa. Dentre o grupo de origem animal, a queda maior foi na carne de frango (10,49%). Quando a cana-de-açúcar é excluída do cálculo do índice, devido a sua importância na ponderação dos produtos, o IqPR desce e fecha negativo em 3,37% e o IqPR-V sobe e fica em 2,69%.
Os produtos do IqPR que registraram as maiores altas na terceira quadrissemana do mês de fevereiro foram: arroz (8,63%), algodão (6,02%) e laranja para indústria (2,53%).
Sem sentir a entrada da safra da colheita do arroz irrigado gaúcho, que apresenta previsões de ser menor que as anteriores, os preços recebidos pelo produtor paulista se mantiveram em alta no intervalo desta última quadrissemana. Contudo, as perspectivas de reajuste dos estoques mundiais do produto para o próximo período limitam as expectativas de continuidade dessa ascensão.
A baixa oferta de algodão de qualidade no mercado interno no início de fevereiro garantiu a sustentação dos preços da pluma, uma vez que as indústrias mantiveram o interesse de compra para recompor seus estoques. Na laranja para indústria, a desvalorização cambial e a entrada da entressafra direcionaram preços mais elevados face às disposições contratuais, ainda que numa realidade de negócios pouco expressivos pela entressafra. Vale destacar que poucas comercializações foram realizadas neste período.
Os produtos que apresentaram as maiores quedas de preços nesta quadrissemana foram: tomate para mesa (42,63%), carne de frango (10,49%), carne suína (7,90%) e ovos (5,87%). O tomate, produto perecível que se caracteriza pela alta amplitude de variação conjuntural nos preços, neste período apresentou quedas nas cotações que se devem em primeiro momento (inicio do período) pelas chuvas que reduziram a qualidade dos frutos, e posteriormente, com o aumento das temperaturas, pelo amadurecimento rápido nos tomateiros que levou a necessidade do produtor colocá-lo rapidamente no mercado.