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Logística

Portos do Norte e Nordeste devem absorver 80% dos grãos de MT

Setor produtivo do estado fala em novas aberturas de mercado. Santana, no Amapá, deve encurtar também distâncias.

Os portos da região Norte e Nordeste devem absorver nos próximos anos até 80% da produção de grãos de Mato Grosso, que somente na safra 2011/12 deve superar 34 milhões de toneladas.

A estimativa é da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado (Aprosoja) e está baseada na busca de novas rotas para encurtar as distâncias até os terminais portuários brasileiros, a exemplo de Santos e Paranaguá, que recebem a maior parcela da safra do estado. Para o presidente da Aprosoja, Carlos Fávaro, o setor produtivo aposta na consolidação do Porto de Santana (AP) como um dos maiores canais de escoamento.

Isto porque sua localização ao norte do país o torna porta de entrada e saída da região amazônica. A unidade ainda não opera com o embarque e desembarque de grãos porque não dispõe de estrutura para armazenamento. No entanto, a construção de três silos para captar a produção, iniciada este ano, dará o impulso para o início das atividades.

Para Carlos Fávaro, em 2013 Mato Grosso deve encaminhar até um milhão de toneladas de grãos para o porto no Amapá. “Posteriormente, a meta é ampliar este volume para até três milhões de toneladas de grãos por ano”, destacou Fávaro.

Atualmente, pelo menos 10% da produção de grãos do estado saem pelos portos do Norte do Brasil. “Muito em breve esses números devem estar em 80% da produção com as três linhas de escoamento. A BR-158, a BR-163 e continuando pela BR-364 todas elas vão fluir para os portos do norte”, frisou.

Riando Freire, presidente da Companhia Docas de Santana, que administra o Porto de Santana, explica que a construção dos três silos por uma holding está avaliada em R$ 16 milhões.

“Estes silos ficam prontos no primeiro semestre e têm capacidade de 18 mil toneladas, para começar a operação com carga solta. Ano que vem a empresa começa a montar o parque industrial. São R$ 16 milhões para construir o silo”, declarou o representante.

Segundo Freire, ao optar por Santana o produtor rural do Centro-Oeste brasileiro adquirirá maior velocidade nas operações de embarque e desembarque. “Somente a produção de soja de Mato Grosso dentro de um navio barra fora (já seguindo destino para o comprador) leva 15 dias. Se você for fazer a mesma operação vai ter de 30 a 45 dias via Santos ou Paranaguá”, pontuou ainda o presidente da Companhia.

“O porto de Santana vai encurtar a distância. Em um mês, carregam-se dois navios. Essa é a grande vantagem e reduz custos com permanência de navios, atracamento e permanência de caminhões na estrada”, acentuou.

A projeção é que ainda em novembro deste ano o porto inicie os embarques de grão, com a safrinha brasileira. No entanto, a operação ainda vai depender. “Toda estrutura vai estar pronta em julho e vai só depender da safra”, declarou Freire.

Por ano, 1,3 mil navios passam por Santana no Amapá. No local, destacam-se os embarques de produtos como o minério, cavaco de madeira e biomassa, provenientes do Amapá. Somando as operações com grãos devem atingir até 6 milhões de toneladas por ano, quando toda a infraestrutura estiver operacionalizada.

Além de Mato Grosso, Santana deve se tornar opção também para os produtores que estão no Pará, Amazonas, Bahia, Maranhão, Piauí e Tocantins, segundo explica Riando Freire.

“A ampliação do porto vai permitir a aproximação do setor produtivo com a logística mais viável, porque é maior a proximidade com a Europa, destino dos grãos geneticamente não modificados”, explicou.