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Mato Grosso quer tornar produção de soja semelhante a nível país

Meta é chegar a 2022 com 32,8 milhões de toneladas.

Maior produtor brasileiro de soja, Mato Grosso quer alçar voos ainda maiores com a oleaginosa. A meta é audaciosa e consiste em tornar a produção estadual do produto equivalente ao nível de país. O desafio será chegar ao ano de 2022 com uma safra na ordem de 32,8 milhões de toneladas e aproximadando-se de gigantes como os Estados Unidos, que somente em 2011/12 devem produzir 83.17 milhões de toneladas e mesmo Argentina, com 45 milhões de toneladas.

Carlos Fávaro, presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), ressalta que o estado tem condição de conquistar mais espaço na produção da oleaginosa e para isso vai contar com o incremento na área da cultura a partir da utilização de pastagens em condições agricultáveis. São as chamadas áreas em latossolo e que após convertidas podem receber safras de soja e milho, por exemplo.

Fávaro destaca que a tendência é a unidade federada ter uma área de soja na ordem de 9,75 milhões de hectares em 2021/22. O território é 38% maior ante o usado em 2011/12, em 7,07 milhões de hectares.

Mas os desafios em logística devem ser o ‘calcanhar de Aquiles’ para o setor produtivo mato-grossense. Fávaro ressalta serem importantes canais favoráveis para o escoamento da produção. “O desafio é ter logística em Mato Grosso para expandirmos nossa área em condições suficientes”, declarou o dirigente.

Anualmente, produtores rurais têm aproveitado o potencial de áreas em pastagem para a agricultura. Até o ano de 2008 o estado possuia 9,2 milhões de hectares em latossolo de um universo total de 26 milhões de hectares em pastagens. A área foi convertida e passou para 7,7 milhões de hectares nesta safra de 2012.

Pelos cálculos do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), caso o estado confirme a projeção para os próximos anos os produtores ainda terão a disposição 5,1 milhões de hectares em pastagens em 2022.

“Falamos em Mato Grosso com potencial produtivo de um país. É um gigante que ainda está adormecido”, acrescentou Carlos Fávaro, presidente da Aprosoja.

Otávio Celidônio, superintendente do Imea, destaca que atualmente a produção de soja mato-grossense já supera em alguns casos o que se produz noutros países.

“Hoje o estado já produz 8% do volume total de soja no mundo”, pontuou o dirigente. Em 2011/12 a produção da oleaginosa no mundo deve somar 240.15 milhões de toneladas, conforme estimativa do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA – sigla em Inglês).

Evolução por regiões

O Imea mapeou o potencial de uso de áreas de pastagem nas diferentes regiões de Mato Grosso. O maior avanço sobre áreas de pastagem deve ocorrer principalmente no Leste e Oeste. Para estas regiões estimam-se os maiores avanços em áreas para a soja.

Em 2021/22 a área para cultivo da oleaginosa no Leste deve crescer 71%. Passará de 1,04 milhão de hectares nesta safra 2011/12 para 1,78 milhão, segundo o Instituto.

“Mato Grosso está se consolidando como maior produtor de grãos e fibras no Brasil. Quando incorporar as áreas vamos produzir mais de 30 milhões de toneladas”, comentou Carlos Fávaro