A Secretaria de Agricultura de Jaraguá do Sul reuniu na tarde de anteontem (1º) representantes de 30 famílias de avicultores prejudicados com o fechamento da unidade da Seara em Jaraguá do Sul. O objetivo do encontro foi apresentar alternativas para que esses produtores não fiquem sem fonte de renda, já que 20 deles não possuem mais vínculo com a empresa frigorífica. Os outros avicultores vão fornecer frango para outras unidades da empresa até que se encerrem os financiamentos feitos para construir e modernizar as granjas do município, como está no contrato com a Seara.
Para auxiliar os produtores que estão encontrando dificuldades para resolver suas situações, o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Jaraguá do Sul está disponibilizando apoio jurídico gratuito. Os dez avicultores que não se desligaram da Seara devem cerca de R$ 2,5 milhões em financiamento. A dívida dos outros 20 é de R$ 369,3 mil.
Após a reunião, os técnicos da secretaria visitariam produtores interessados em migrar para outras áreas. “O objetivo dessa reunião é aproximar os agricultores da Prefeitura. Caso eles aceitem, vamos ver com eles o que será necessário para que possam mudar de produção”, afirma o secretário.
Alguns produtores já procuraram outras empresas frigoríficas de regiões próximas, como o Vale do Itajaí, para oferecer seus frangos, mas sem sucesso. Segundo André, isso fica por conta de cada produtor. “A Prefeitura não pode indicar uma empresa para eles, porque é algo muito arriscado”, ressalta.
O avicultor Arlindo Glatz continua vendendo aves para a Seara. O contrato com a empresa encerra em 2020, quando o produtor termina de pagar o financiamento de R$ 270 mil que fez para ampliar a granja.
Há 33 anos trabalhando na produção de aves, Adimar Kruger está desempregado desde o final do ano passado, após o fechamento da unidade da Seara em Jaraguá do Sul. Para piorar a situação, o produtor precisou pagar a última parcela de um forno que financiou para a granja. No entanto, sem a produção, o equipamento está parado na granja de Adimar, no bairro Rio da Luz 2.
A intenção do produtor é criar marreco para aproveitar a mesma estrutura que utilizava na criação de frango e fornecer para alguma empresa de uma região próxima. “Se não conseguir passar para a criação de marreco, não sei o que vou fazer, vou ter que me virar”, diz. Atualmente, para sustentar a mulher e os dois filhos, Adimir está vendendo palmeiras que plantou há alguns anos. “Deveria ter plantado mais alguma coisa”, lamenta o produtor.