Um dos mais tradicionais itens da mesa do brasileiro está na mira de sofrer alta de preço.
O preço do ovo deve aumentar cerca de 5%. A caixa de 30 dúzias, no atacado, hoje vendida a R$ 58, deverá chegar a R$ 61 neste mês.
A estimativa de produtores é dada pela alta nos preços dos insumos usados nas granjas, aumento na procura de ovos nesta época do ano, além da forte onda de calor.
Luiz Carlos Sinhorelli, gerente da Cooperativa Agrícola de Guatapará (Ovos Coag), explica que a alta já sentida no bolso do consumidor, e que deverá seguir até o mês que vem, é decorrente do aumento dos custos ao produtor.
“O preço da ração para as galinhas subiu muito, pois é feito à base de milho e farelo de soja. O Brasil está exportando esses produtos e tem faltado no mercado interno. Aí o preço dispara.”
A alta temperatura também tem sido vilã das granjas. Há três semanas uma onda de calor atingiu a região de Bastos/SP, conhecida como “capital do ovo”, causando a morte de meio milhão de galinhas, segundo produtores.
Para os profissionais do meio, a alta na procura de ovos nesta época do ano, sobretudo pela indústria de panificação, também pode ser considerada como fator para subida de preço.
Berço do ovo
O Estado de São Paulo é responsável por cerca de 20% da produção de ovos no país. É o principal produtor, seguido por Paraná, Minas Gerais e Goiás.
Apenas na cidade de Guatapará, em nossa região, 10 granjeiros atuam na cooperativa, com plantel de 350 mil aves. Outros dez granjeiros trabalham por fora. Juntos são capazes de produzir 1,4 mil caixas com 30 dúzias cada, diariamente. O número equivalente a produção de 504 mil ovos por dia.
R$ 4,50
Esse é o preço médio ao consumidor da dúzia do preço do ovo grande. Com a alta nos insumos, provavelmente o valor nas prateleiras irá subir.
Comerciante
Marcelo Real Dias, da Ovos Real, empresa que comercializa o produto há 45 anos na cidade e região, comemora o momento. “As compras estão boas. O produto tem saído, sem encalhe nenhum e no fim do ano vendemos mais” diz.
Produtores de ovos estão otimistas com a demanda melhor neste período de vendas. Segundo eles, há argumentos de sobras para exigirem melhores preços nos seus produtos para não desabastecer os clientes.