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Empresas

Investimento da CNH

Empresa planeja investir R$ 1,7 bilhões no Brasil até 2014. Grupo italiano quer ampliar capacidade de produção de equipamentos.

Uma das maiores fabricantes de máquinas agrícolas e de equipamentos para construção do mundo, a italiana CNH planeja investir R$ 1,7 bilhão no Brasil nos próximos quatro anos para ampliar a capacidade de produção de suas quatro fábricas no país. O orçamento faz parte do plano quadrienal da companhia e supera em 30% o aporte de R$ 1,3 bilhão realizado no mercado brasileiro entre 2007 e 2010.

Controlada pelo grupo Fiat e dona das marcas Case e New Holland, a CNH fechou 2010 com faturamento global de US$ 3,75 bilhões, dos quais 19% na América Latina. No Brasil, que representa a maior parte do mercado latino-americano, a empresa é líder no segmento de colheitadeiras, com participação de 47% nas 4.544 unidades vendidas no ano passado, e é a segunda maior no ranking de tratores, com fatia de 24% em um total de 56.397 unidades.

Pelos planos traçados, a companhia espera, até o fim de 2014, elevar em 30% sua capacidade de produção de máquinas agrícolas (tratores e colheitadeiras) e em 50% a de equipamentos para construção. As unidades instaladas em Piracicaba (SP), Contagem (MG) e Curitiba (PR), e mesmo a recém-inaugurada planta de Sorocaba (SP), deverão ganhar fôlego extra para a produção.

“Temos que ampliar nossa capacidade de produção para acompanhar o ritmo de crescimento do mercado e não perder participação nos dois segmentos”, disse ao Valor Valentino Rizzioli, vice-presidente da Fiat e presidente da CNH para América Latina. “Em nossa fábrica de Contagem, por exemplo, estamos trabalhando a 80% da capacidade”.

A planta mineira da CNH concentra a produção dos equipamentos para construção – escavadeiras hidráulicas, retroescavadeiras, tratores de esteira, pás carregadeiras e motoniveladoras. Já na unidade de Curitiba são fabricados tratores agrícolas e colheitadeiras de grãos, enquanto em Piracicaba fica concentrada a produção de colheitadeiras de cana-de-açúcar e café, além de implementos agrícolas. Em Sorocaba, unidade inaugurada há menos de um ano após investimentos de R$ 1 bilhão, também são fabricados colheitadeiras e componentes que abastecem outras unidades.

“No quadriênio passado, nosso foco principal foi a construção da unidade de Sorocaba. Agora, nossas atenções estão voltadas para ampliar a capacidade das fábricas, mas também para renovar totalmente o portfólio de produtos para todas as marcas”, disse Rizzioli.

A aposta da empresa italiana em produzir mais e novas máquinas deve-se ao potencial dos dois setores em que a empresa atua. Segundo Rizzioli, o mercado brasileiro de máquinas para construção movimenta por ano cerca de 21 mil unidades. Ele compara o mercado com o americano, que, mesmo em crise, comercializou no ano passado 99 mil unidades.

O executivo considera que a proporção das vendas no Brasil – 65% de máquinas agrícolas e 35% de construção – deva se manter, já que existe a expectativa de crescimento para as duas áreas. “A América Latina está sendo chamada a produzir mais alimentos. No caso da construção civil, se tudo o que estiver planejado for efetivamente colocado em prática, o mercado de equipamentos precisará dobrar de tamanho”, afirma.

As principais concorrentes, contudo, não estão paradas. Atentas ao potencial de crescimento do Brasil, a AGCO anunciou em outubro do ano passado investimentos de R$ 25 milhões em sua unidade de colheitadeiras no Rio Grande do Sul. Já a John Deere informou um aporte de R$ 60 milhões na fábrica de Catalão (GO) para ampliar a estrutura e passar a fabricar pulverizadores agrícolas, além das colheitadeiras de cana-de-açúcar.