Com foco na preocupação ambiental, o Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR) apresentou, no Show Rural Coopavel 2011, a técnica de utilização de resíduos de animais como adubo. O evento ocorreu entre os dias 7 e 11 de fevereiro, em Cascavel (PR), e contou com a participação de Graziela Barbosa, pesquisadora na área de solos do Instituto. Segundo ela, o uso do adubo traz benefícios econômicos e ambientais ao agricultor.
“A primeira vantagem é a redução do adubo mineral, que gera um custo muito alto para o produtor. Portanto, com o adubo animal, ele consegue diminuir o custo da lavoura. Além disso, o adubo animal é ambientalmente correto. Ao se colocar o esterco no solo, os agricultores deixam de jogá-lo na água e, por ser matéria orgânica, ele melhora as condições físicas do solo e a capacidade de infiltração da água”, explica.
Para apresentar essa ideia de maneira clara, o IAPAR levou ao Show Rural uma variedade de feijão plantado com diferentes tipos de adubo: a cama de aviário, o dejeto suíno, o adubo mineral e o resíduo de torta de mamona. Baseado no índice de nitrogênio, com a mesma quantidade em cada divisão, o Instituto apresentou o resultado e mostrou que a produtividade da cultura se equivale, indenpendente do adubo utilizado.
“Com 20 dias, o feijão plantado com diferentes adubos já mostra diferença. A planta consegue absorver o dejeto de suíno mais rápido, por ele ser líquido. Mas quando o feijão completa o ciclo, a produção se equivale em todas as parcelas. Portanto, o agricultor não perde produção ao utilizar os dejetos de animais”, afirma Graziela.
Para a pesquisadora, o uso de adubos de animais gera benefício econômico para o agricultor porque são altamente ricos em nitrogênio, fósforo e potássio, elementos essenciais para o bom desenvolvimento da planta, e possuem custo menor, já que o preço da ureia é alto.
“O único problema é que eles não chegam com a quantidade de nutrientes adequada como a adubação mineral. Mas, levando em consideração quanto se tem de nitrogênio e fósforo, isso pode ser calculado, desde que a dose seja ambientalmente correta e não ultrapasse as normas do Instituto Ambiental”.
Para os agricultores que já produzem suínos ou aves, a técnica fica ainda mais viável, pois o próprio resíduo dos animais pode ser utilizado dentro da propriedade. Segundo Graziela, a cama de aviário deve ser armazenada pelo agricultor em até dez lotes para passar pelo processo de compostagem. Já os dejetos de suínos, podem ser utilizados respeitando um prazo de 90 dias.
“O agricultor deve montar, pelo menos, três esterqueiras com volume para recolher dejetos de um mês. Depois desse processo, o esterco pode ser aplicado no solo. Antes disso, ele é chamado esterco verde e conta com muito patógeno, que polui o solo”, informa.
Para a pesquisadora, o agricultor deve conhecer o dejeto que está utilizando. Deve ser feita uma análise anual do solo e, através dela, verificar os níveis dos elementos e balancear a nutrição.
Os interessados em mais informações sobre o uso da técnica devem entrar em contato com o IAPAR através do número (43) 3376-2000.