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Fertilizantes

Crescem os investimentos em fertilizantes

Liderados pela Vale, que tem grandes projetos em curso, aportes devem superar R$ 1,5 bilhão em 2011.

Após aumentarem quase 30% no ano passado, os investimentos no segmento de fertilizantes deverão bater um novo recorde histórico no país em 2011. Liderados pela Vale e mais concentrados na ampliação da oferta de nutrientes derivados do fosfato, os aportes poderão superar a marca de R$ 1,5 bilhão, segundo estimativas de mercado.

Em 2010, quando o faturamento líquido da indústria alcançou cerca de US$ 11,2 bilhões, a Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda) identificou pelo menos US$ 646 milhões em manutenção e expansão da oferta – ou pouco mais de R$ 1,1 bilhão, segundo conversão realizada pelo Valor Data. Como já informou o Valor, Vale e Petrobras (cujo foco está em nutrientes derivados do nitrogênio) responderam por 80% do montante do ano passado, conforme fontes do segmento.

Com R$ 667 milhões, 68% mais que em 2009, a Vale puxou os investimentos no ano passado, confirmando as expectativas que gerou em janeiro, quando comprou os ativos minerais de fertilizantes da Bunge no Brasil e assumiu o controle da Fosfertil, maior fabricante de matérias-primas para adubos do país.

Como em 2011 apenas os aportes da Vale Fertilizantes deverão subir para R$ 1,25 bilhão, segundo relatório de resultados operacionais e econômicos resumidos divulgados pela empresa em 25 de fevereiro, é quase “barbada” no mercado que os aportes totais vão superar R$ 1,5 bilhão. E, dependendo do ritmo do projeto que a Petrobras desenvolve em Mato Grosso do Sul, o valor previsto poderá aumentar de forma expressiva.

A petroleira recebeu recentemente do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) a licença prévia ambiental para a fábrica que pretende erguer no município de Três Lagoas a partir de investimentos totais estimados em cerca de US$ 2 bilhões. Terceira Unidade de Fertilizantes Nitrogenados (UFN) da Petrobras no país, e a maior delas, a fábrica produzirá ureia e amônia e deverá estar concluída em 2014.

No fim de fevereiro, a Petrobras informou que as obras de terraplenagem no município sul-matogrossense deverão começar em abril e que a construção da unidade em si deverá ter início em setembro. A empresa também lembrou que tem outros dois projetos em andamento com impacto em fertilizantes, em Linhares (ES) e Uberaba (MG).

No caso da Vale Fertilizantes, o orçamento de investimentos prevê que R$ 756 milhões do montante total projetado servirão para financiar os investimentos de capital, R$ 482 milhões serão aplicados na “sustentação de projetos correntes” e R$ 12 milhões irrigarão projetos da área de pesquisas e desenvolvimento.

Ainda segundo o relatório de resultados divulgado recentemente pela empresa – que foi procurada pelo Valor, mas preferiu não conceder entrevista -, os principais projetos de capital programados para este ano estão em Patrocínio/MG (R$ 621 milhões), Uberaba/MG (R$ 80 milhões), Cubatão/SP (R$ 18 milhões) e Araxá/MG (R$ 13 milhões).

Desses, o maior e já em andamento é o de Patrocínio, que envolve exploração e produção de fosfatados e foi orçado inicialmente em US$ 2 bilhões. A Vale também tem projetos nas áreas de nutrientes derivados do potássio e do nitrogênio, mas de menor porte. Investimentos da mineradora no exterior não estão incluídos no pacote de R$ 1,25 bilhão.

Com os aportes programados no país, a Vale Fertilizantes, que planeja abrir o capital no segundo semestre deste ano, projeta ampliar sua capacidade de produção em mais de 40% até 2014, atendendo à demanda do governo e dos agricultores, que querem ver reduzida a dependência brasileira de fertilizantes importados, que ainda ronda 70%.

Estoques elevados levam empresas a diminuírem importação de glifosato

Defensivo de maior consumo no mercado brasileiro, o glifosato registrou queda nas importações em 2010. O volume adquirido pelas empresas instaladas no Brasil no exterior foi 9% inferior ao do ano anterior. Ainda assim, as 66,34 mil toneladas adquiridas ainda representaram a maior parcela dos defensivos importados, com fatia de 28,6% de tudo o que foi comprado fora do país no ano passado.