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Economia

Mais crédito

Linha do BB em testes libera R$ 875 milhões. Nova "Flex Agro" é destinada a agroindústrias fornecedoras e também a clientes de produtores rurais.

Mais crédito

Em seus planos para ganhar espaço em todos os segmentos econômicos da cadeia do agronegócio, o Banco do Brasil anunciou a criação de uma linha de crédito tanto para agroindústrias fornecedoras quanto para compradoras de produtores rurais.
Em fase de teste nos últimos 60 dias, a linha “Flex Agro” já emprestou R$ 875 milhões para micro e pequenas empresas com negócios ligados ao setor rural até agora. “Essa linha é uma forma de trazer ajuda indireta aos produtores e fortalecer nossas operações na agroindústria. Detectamos uma demanda reprimida muito forte”, afirma o vice-presidente de Agronegócios e Micro e Pequenas Empresas do Banco do Brasil, Osmar Dias.

Nos próximos dias, o banco projete superar R$ 1 bilhão em empréstimos nessa modalidade. O atrativo principal da linha, além da forte disposição do banco em alavancar esses créditos, está na taxa de juros próxima a 1% ao mês – no mercado, essas taxas superam 2,5%. Isso é possível porque a fonte de recursos da linha está dividida entre a poupança rural (com juros subsidiados) e os recursos próprios do BB, emprestados a taxas livres.

A “Flex Agro” segue, segundo Osmar Dias, uma “política de Estado” de amparo a empresas com até R$ 1 milhão de faturamento anual. Mesmo em pouco tempo de operação, esses empréstimos já respondem por 2% da carteira total de crédito do Banco do Brasil. Diante da boa repercussão, o vice-presidente do BB anuncia a estratégia da instituição para esse novo nicho. “Vamos entrar com força para elevar nossa participação nas micro e pequenas empresas e ser o principal agente financeiro desse segmento”, afirma Dias.

A agressividade do BB nessas operações justifica-se, afirma o executivo, pela força das micro e pequenas empresas na economia, cujo peso nas variadas atividades ligadas ao agronegócio também são relevantes. Ex-senador e duas vezes secretário de Agricultura do Paraná, Osmar Dias defende que a decisão do BB está lastreada na importância dessas agroindústrias.

“Queremos alavancar qualidade e quantidade da participação das micro e pequenas na economia”, diz. No total, as MPEs respondem, segundo ele, por mais de 80% dos empregos no país, mas detêm apenas 21% do PIB nacional. “É um mercado ainda reprimido”, resume o diretor de Micro e Pequenas Empresas, Clênio Severio Teribele.

A estratégia do BB no segmento é complementada por uma nova linha dedicada a empresas fornecedoras de licitações públicas. A recém-criada linha “Flex Fornecedor”, ainda em fase experimental no banco, busca agregar à carteira de clientes as micro e pequenas empresas ganhadoras de licitações com União, Estados e municípios. Sem limites orçamentários, crédito mínimo de R$ 10 mil por operação e prazo de pagamento atrelado ao contrato de fornecimento, a linha pode atender, em tese, aos 16 Estados cujas folhas de pagamento são administradas pelo BB.

“A linha otimiza os resultados porque o banco alcança esse público”, afirma Osmar Dias. Lançada na terça-feira, a “Flex Fornecedor” operava em testes em São Paulo e Minas Gerais. “Está girando rápido, é impressionante. Em Tocantins, por exemplo, já tivemos demanda logo no primeiro dia”.