As lavouras de milho safrinha e de trigo do Paraná estão sofrendo em decorrência das geadas no Estado. De acordo com levantamento da Economia Rural (Deral), ligado à Secretaria de Agricultura do Paraná, as geadas do fim de junho provocaram uma quebra de 35% na safrinha de milho e de 9% na de trigo. Essas lavouras estão concentradas nas regiões norte e oeste do Estado.
A expectativa inicial do Deral era de uma produção de 8,12 milhões de toneladas de milho da segunda safra no Paraná. Após as geadas, a previsão foi reduzida para 5,31 milhões de toneladas, um recuo de 34,6% sobre o número inicial. Com a queda, os prejuízos só com a safrinha de milho estão estimados em R$ 1,11 bilhão, informou o economista Marcelo Garrido, segundo nota divulgada pela secretaria.
De acordo com Deral, as lavouras de safrinha já haviam sido afetadas pela estiagem entre o fim de abril e o início de junho. O órgão observa que desde o ciclo 2007/08, a segunda safra de milho paranaense não tinha prejuízo em decorrência de geadas.
No caso do trigo, a previsão inicial do Deral era de que o Paraná colhesse 2,86 milhões de toneladas. Agora, após as recentes geadas, a projeção recuou para 2,61 milhões de toneladas, 8,7% de queda. As perdas são estimadas em R$ 111 milhões.
Segundo o Deral, as perdas podem ser ” minimizadas” porque ainda há trigo sendo plantado em outras regiões do Paraná e parte da redução pode ser compensada pelo aumento da produtividade nessas lavouras.
Segundo Norberto Ortigara, secretário de Agricultura do Estado, a queda na produção de trigo no Paraná acentua a dependência do Brasil do cereal importado.
Além do milho e do trigo, a geada também afetou as pastagens, as lavouras de café, de hortaliças, de frutas e de mudas de mandioca, conforme o órgão.
Na avaliação do Deral, a geada nas pastagens deve levar a um redução de 20% a 30% na produção leiteira e estimular o escoamento de bovinos para corte.
Entre as hortaliças, as culturas mais prejudicadas foram as chamadas folhosas. No caso das frutas, foi afetada a produção de frutas tropicais no sudoeste do Estado e de banana, maracujá e abacaxi em outras regiões.