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Milho seguirá caro

Para executivo chefe da Tyson Foods, o preço do milho continuará alto por vários anos. Patamar atual derrubou lucro da empresa.

Milho seguirá caro

Tivemos outra mudança estrutural nos preços do milho e teremos que lidar por anos, afirmou Smith Nova York, EUA, 9 de Setembro de 2011 – O preço do milho deve continuar alto durante vários anos, disse o executivo-chefe da Tyson Foods, Donnie Smith, durante uma conferência sobre investimentos realizada ontem em Boston, nos Estados Unidos. A disparada do custo do grão derrubou o lucro da indústria processadora de frango do país nos últimos meses. “Tivemos outra mudança estrutural nos preços do milho, com a qual teremos que lidar por anos”, afirmou.
A cotação do milho tem oscilado em torno de US$ 7,50 por bushel na Bolsa de Chicago, uma elevação de 66% ante o mesmo período do ano passado. Durante décadas, o preço variou entre US$ 1,75 e US$ 3,50 por bushel, lembrou Smith. Entre 2006 e 2007, a cotação saltou para US$ 4 a US$ 5. Desde então, aumentou ainda mais na medida em que as populações de países emergentes, como a China e a Índia, ganharam poder de compra e passaram a adquirir alimentos de maior valor agregado, como as carnes. A demanda decorrente desse novo cenário reduziu os estoques mundiais de grãos.

Agora, a indústria terá que se acostumar com valores ao redor de US$ 7,50, afirmou Smith. Como o milho é o principal insumo da indústria processadora de frango, a disparada do preço aumentou os custos e apertou as margens do setor. Nos Estados Unidos, as dificuldades ainda foram maiores por causa do excesso de carne de aves no mercado. As exportações do país, contudo, seguem aumentando e têm sido rentáveis. As vendas externas devem continuar fortes pelo resto de 2011 e 2012, disse. Já as vendas externas de carne suína devem continuar estáveis ou até menos ter uma ligeira queda.

Perspectiva

Smith disse que o lucro por ação da Tyson Foods no atual ano fiscal deverá ser menor que o do exercício anterior, por causa da queda dos preços do frango. O forte desempenho dos segmentos de carne bovina e suína não será suficiente para compensar o das aves.
A maior parte dos ganhos da companhia no segmento de carne de frango foi reduzida pelo aumento do preço dos grãos e de outros ingredientes que compõem a ração das aves. O CEO da Tyson, contudo, disse estar otimista. “Os fundamentos da indústria começaram a melhorar e devem sustentar a elevação de preços de que precisamos para compensar o aumento dos custos”, afirmou.
No terceiro trimestre fiscal, o lucro da Tyson caiu 21%, puxado pelo segmento de frango. Ele disse que o retorno de 1% do segmento sobre as vendas no terceiro trimestre teria sido de 10% não fosse o aumento dos custos de produção. “Teria sido um trimestre recorde, apesar dos preços extraordinariamente baixos do frango”, afirmou.
No ano passado, a companhia, maior processadora de carnes dos EUA, obteve lucro de US$ 2,06 por ação. Analistas consultados pela Thomson Reuters previram recentemente que o lucro deverá ser de US$ 1,94 por ação no atual ano fiscal, que termina neste mês. As informações são da Dow Jones.