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Aftosa no Paraguai

Risco para o Brasil

Falta de controle na fronteira do Brasil com o Paraguai é apontada como motivo de preocupação para especialistas do agronegócio.

Risco para o Brasil

A falta de controle na fronteira do Brasil com o Paraguai é apontada como motivo de preocupação para especialistas do agronegócio. Muitos afirmam que caso o Brasil não intensifique ainda mais a fiscalização, as vendas ao exterior podem ser afetadas. A descoberta de um foco de febre aftosa no Paraguai traz à tona o problema.

Investimentos milionários nas últimas décadas garantiram a um grande número de Estados alcançar o status internacional de zona livre de febre aftosa com vacinação. O país almejava ainda este ano dar os primeiros passos para se tornar zona livre sem vacinação. No entanto, a notícia de focos da doença no Paraguai pode adiar o plano. Segundo o professor do departamento de economia da Universidade de Brasília (UnB), Jorge Madeira Nogueira, o impacto é grande.

“O Brasil não consegue vender para o maior mercado consumidor de carne do planeta, que é os Estados Unidos. Os americanos só aceitam comprar carne de área livre de febre aftosa sem vacinação”, comentou Nogueira.

As medidas rápidas adotadas pelo Ministério da Agricultura como a suspensão da compra de carne in natura do Paraguai e o maior rigor na fiscalização são apontadas como positivas. No entanto, especialistas fazem um alerta de que ainda é preciso mais controle nas fronteiras.

“Nós temos problemas que variam dos automóveis à importação de produtos pirateados e acaba que o controle do fluxo de animais entra neste roll. Acredito que hoje nós ainda temos um longo caminho a percorrer e existe a necessidade urgente de que o Estado assuma este controle de uma maneira mais firme e forte no médio e longo prazo”, disse o especialista em relações internacionais do Ibmec, Creomar Lima.

A incapacidade de controlar a entrada da doença no país pode afetar a imagem da carne brasileira no exterior.

“Levado para a questão do gado, a dificuldade de rastreamento destas matrizes na fronteira Brasil-Paraguai pode ser combustível para alguns de nossos concorrentes e potenciais importadores dizerem que o Brasil não consegue cumprir com todas as regras fitossanitárias necessárias para vender carne de qualidade”,  explicou Lima.