A produção integrada de aves e outras culturas, como eucalipto, vem se desenvolvendo com sucesso na cadeia do agronegocio avícola, fomentando o avanço sustentável da atividade e abrindo espaço para a diversificação das propriedades. A prática constitui numa aliada das agroindústrias e produtores integrados para driblar momentos pontuais de instabilidade em algum momento específico. Mantendo posição de destaque na economia, dentro do próprio segmento avícola, a produção de madeira é amplamente utilizada, em todas as etapas da avicultura industrial.
Muitos integrados avícolas têm apostado na diversificação, investindo em outras atividades, juntamente com a avicultura. Empresas incentivam a produção integrada de frango, eucalipto, olericultura e outras ligadas ao setor agropecuário entre os seus produtores, minimizando o desmatamento das florestas nativas, utilizando a madeira de eucaliptos em diversas áreas do segmento avícola, já que o consumo de madeira na avicultura está presente em todas as etapas – construção de aviários, aquecimento de lotes, secagem de grãos, caldeiras frigoríficas e processamento de subprodutos -.
O eucalipto é escolhido por ser uma espécie ecologicamente correta e economicamente rentável, adequada para gerar energia e produzir camas aviárias de qualidade. A cada mil aves criadas há um consumo de 4 metros cúbicos de madeira de eucaliptos. O Brasil produz, anualmente, mais de 5 bilhões de cabeças de frango de corte, correspondendo a um consumo de mais de 20 milhões de metros cúbicos de madeira. O Paraná, maior produtor de frango do País, tem um consumo de 38 mil alqueires de área de terras com reflorestamento de eucaliptos.
Preservar o meio ambiente – Essa prática tem mostrado que as propriedades mais produtivas e rentáveis são aquelas em que o produtor foca o meio ambiente, daí a importância em estimular o desenvolvimento dessas diversificações: avicultura, plantação de eucalipto e outras atividades agropecuárias.
O estimulo ao desenvolvimento sustentável da avicultura, com algumas propriedades avícolas possuindo áreas improdutivas significativas e o reflorestamento pode fazer com que o produtor diversifique e produza madeira para subsistência e aumento da sua receita. O plantio de árvores, com manejo adequado e a utilização múltipla da floresta, além do consumo como lenha, pode gerar produtos mais nobres, otimizando os lucros da propriedade.
A diversificação é outra meta para estimular esses avicultores integrados a utilizar madeira de reflorestamento como matriz energética em aviários, ampliando a rentabilidade dos criadores de frango em média de 10%. A principal vantagem do reflorestamento é a possibilidade de ampliação da rentabilidade da propriedade, utilizando áreas pouco produtivas para a produção de madeira.
Outro benefício é atingir requisitos para a habilitação de exportação a diversos mercados que consideram as barreiras ambientais como diferenciais na compra de nossos produtos. Esse é mais um passo para alcançarmos uma gestão integrada a economia e ambiental da propriedade avícola, reflorestamento, também, beneficia a empresa, que ganha visibilidade em grandes centros como a Europa, mercado que valoriza negócios com empresas ecologicamente e socialmente responsáveis.
No Paraná, no ano 2000, haviam quase 6 mil aviários cadastrados pela Secretaria da Agricultura do Estado. Hoje são quase 12 mil, o que representa um aumento acima de 50% em uma década, impulsionado pelo sucesso da avicultura.
Há previsões de que a população mundial crescera mais de um terço até 2050 e a necessidade de alimentos dobrará em razão da inserção de classes menos favorecidas, um volume considerável de pessoas dos paises emergentes. Portanto, esta é uma proposta de diversificação na avicultura, mas outras podem ser exploradas pelos avicultores.
Por Valter Bampi, médico veterinário e executivo avícola.