Faltando poucas semanas para o início da colheita de verão, produtores do Norte do Paraná estão satisfeitos com as condições das lavouras, mas afirmam que ainda é cedo para cantar vitória. As chuvas associadas ao EL Niño favoreceram o desenvolvimento das plantas, mas também dificultaram o enraizamento da soja. “Você andaria uma quadra para se alimentar se tivesse comida na geladeira em casa? Pois a planta também não. Como tinha muita água disponível, a soja ficou com raízes superficiais. Se tiver veranico, a produtividade será prejudicada”, diz Moacir Rossato, produtor de grãos em Sertanópolis.
A preocupação de Rossato é compartilhada por produtores de Cândido Mota, no Oeste de São Paulo. Na região de atuação da Coopermota, que cobre 100 mil hectares em oito municípios paulistas, a expectativa é de 3 mil quilos por hectares na soja, rendimento 36% acima do obtido na safra anterior, quando o clima seco derrubou a produção na região. A estimativa poderia ser maior, mas a ferrugem pode comprometer o resultado da safra. Segundo técnicos da cooperativa, esta é a infestação mais severa desde 2002, quando a doença chegou às lavouras brasileiras.