Muitos fatores são contabilizados para que o produtor não tome prejuízos na safra. São os chamados custos de produção, são eles: gastos com fertilizantes, defensivos, combustíveis, funcionários e desgaste de maquinários. Mas um outro custo, este já fora da propriedade pode tornar as coisas ainda mais difíceis para o produtor: o frete.
Com dificuldade de escoação, o preço de comercialização do milho praticado na região de Lucas do Rio Verde é muito baixo, complicando ainda mais a vida do homem do campo.
Jaime Binsfield, diretor comercial da Fiagril, afirma que o estoque de passagem está cada vez mais alto em Mato Grosso. Atualmente o estado mantêm 3.5 milhões de toneladas no total, sendo 2.7 milhões de estoque da Conab e o restante dos produtores.
O produtor acredita que pode contar com os programas do governo para obter um preço melhor, mas a capacidade estática de armazenagem ainda é a maior preocupação.
A expectativa de produção da próxima safra é de 8 a 9 milhões de toneladas e preocupa a cadeia produtiva do milho. “Com esse preço baixo agora da soja, muito possivelmente vamos ter estoques maiores, o que preocupa é a falta de espaço de armazenagem e a queda nos preços”, afirma Jaime.
O norte do estado é o grande produtor de milho, 50% de toda a safra de Mato Grosso é produzida nos municípios do norte.
“Nos outros municípios a situação não é diferente, a Conab tem uma solicitação muito grande para a remoção do milho, mas também esta com dificuldade, porque ano passado ela removeu uma grande quantidade de milho, mas hoje os armazéns ainda estão cheios, a Conab não conseguiu sair com nada deste estoque”, argumenta Binsfield.
Para Jaime, esse é um quadro geral do estado. “Nós temos ai uma estimativa de consumo de no máximo 2 milhões para uma produção de 8 milhões de toneladas, então nós temos um excedente muito grande.”, ele ainda afirma que os produtores têm muitas dúvidas de como vai se comportar a questão de comercialização e o espaço físico para armazenar o milho.