A gestão dos resíduos ambientais é um segmento que ainda está em expansão no segmento industrial do Brasil. No setor avícola, um projeto pioneiro está sendo implantado na região de Maringá, norte do Paraná, que visa utilizar todos os subprodutos do frango (penas, ossos, sangue e vísceras) processados, para a produção de óleo e farinha, bases para a ração animal. O objetivo é neutralizar os impactos ambientais da atividade, minimizando os resíduos que retornam ao meio ambiente e transformar a atividade avícola 100% sustentável.
Segundo o levantamento “Tecnologias Sustentáveis no Brasil”, realizado pela consultoria alemã Roland Berger, 54% das empresas nacionais investem até 1% de sua receita em tecnologias ambientais, em setores como saneamento, controle de poluição e energia limpa. Um desempenho que tende a crescer nos próximos anos. Hoje, o segmento de tecnologias ambientais movimenta US$ 16,9 bilhões no Brasil e tem potencial para crescer 7% ao ano até 2020, quando deve alcançar uma receita de US$ 25,4 bilhões.
Um exemplo positivo ocorre na avícola paranaense Frangos Canção, localizada em Maringá, Norte do Paraná. O grupo realiza obras estruturais em seu parque industrial, adaptando-o para tornar-se uma referência mundial em gestão empresarial sustentável, impulsionado pela preocupação ambiental e também por exigência do mercado externo. “O Grupo investe em cuidados com o meio ambiente e agora o objetivo é ser excelência, uma referência ambiental dentro do segmento avícola”, explica o diretor-industrial, Ciliomar Tortola.
Recentemente, o Grupo Frangos Canção colocou em pleno funcionamento uma nova e moderna unidade de processamento de subprodutos do frango, dentro da filosofia da empresa de aproveitamento pleno do animal. A nova unidade começou a operar parcialmente em fevereiro do ano passado, processando penas e sangue de frango, itens utilizados no processo de fabricação de ração animal. “No final de 2009 foi inaugurada a segunda etapa, com o funcionamento do setor responsável pelo processamento de ossos e vísceras, utilizadas para a produção de óleo, ingrediente também usado na indústria de ração animal”, explica Ciliomar Tortola.
Investimentos de R$ 8 milhões
A unidade de processamento tem capacidade para receber resíduos de 210 mil aves por dia da unidade de Maringá, acolhendo resíduos também de outras empresas para o processamento, contribuindo para diminuir o passivo ambiental da região Norte do Paraná. “O diferencial do projeto é a geração de uma farinha de alta qualidade, destinada ao uso agroindustrial com maior valor no mercado, possibilitando uma melhora significativa no efluente do processo”, explica Sidney Franchetti, engenheiro civil da empresa.
Segundo ele, o projeto executado é o que há de mais moderno em tratamento de resíduos de frigoríficos no País. O novo empreendimento teve investimentos de R$ 8 milhões no processamento de subprodutos e tratamento de efluentes, que em conjunto com as ações já realizadas, vai tornar a empresa 100% sustentável com relação ao tratamento e destino dos resíduos gerados no processo industrial. “Oprojeto é ambientalmente correto porque consegue reduzir drasticamente a emissão de resíduos, atendendo às normas do Mercado Comum Europeu, segmento que pretendemos explorar como alvo nas exportações de frango de corte”, afirma Franchetti.
Com a nova fábrica de subprodutos, o Grupo Frangos Canção passa a ser exemplo de um novo conceito de agroindústria sustentável na questão ambiental. Isso porque na concepção deste projeto foram adotadas todas as medidas de sustentabilidade, como a otimização e eficiência de equipamentos para utilizar menos energia, gestão dos recursos hídricos, com a reutilização de água para processamento de matérias primas. Dentro desse programa, o principal objetivo da Avícola Frangos Canção é chegar ao nível de “Efluente Zero”, explica Sidney Franchetti. Com informações da assessoria de imprensa da Frangos Canção.