A situação dos produtores de milho em Mato Grosso é considerada grave ecrítica. Com 2,9 milhões de toneladas estocadas, a saca de milho está sendo comercializada abaixo de R$ 9, enquanto o preço mínimo definido pelo governo para a região é de R$ 13,98. Para o presidente da câmara setorial, César Borges, os leilões de PEP precisam ser feitos logo.
“É preciso que o governo aja com bastante celeridade para não atrapalhar a movimentação da safra, porque o problema é bastante grave”, afirmou Borges. O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, informou que o assunto está sendo discutido com o Ministério da Fazenda há 30 dias. O próximo dia 15 é o “prazo limite” para o anúncio de uma decisão, disse ele.
O coordenador-geral de Cereais e Culturas Anuais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) Silvio Farnese, disse que o apoio do governo à comercialização de milho este ano pode envolver 15 milhões de toneladas do produto. No entanto, o investimento oficial não deve aumentar em relação ao ano passado, quando o apoio chegou a cerca de 10 milhões de toneladas e foram gastos cerca de R$ 800 milhões.
“Como já consolidamos o preço mínimo no ano passado, não precisamos fazer contratos futuros de opção, o que serve para sinalizar um preço positivo na colheita. Assim, usaremos o Prêmio para Escoamento do Produto [PEP], que é mais barato” – afirmou Farnese.
A ajuda governamental ocorrerá porque a produção aumentou mais do que o previsto e já existem 5,3 milhões de toneladas de milho em estoques públicos. Por isso, os preços pagos aos produtores estão caindo. Farnese disse que é grande a dificuldade de deslocar esses estoques.