O Ferroanel pode ganhar um novo traçado, incluindo a combinação de dois trechos: o tramo norte e a segregação de linhas – projeto da MRS que facilita o acesso da carga por sua malha até Santos. A novidade é a reavaliação do trecho norte, projeto abandonado há anos devido ao alto custo e complicações ambientais, e que pode ser retomado com um novo traçado passando pela Serra da Cantareira, na grande São Paulo.
Segundo Paulo Sérgio Passos, secretário-executivo do Ministério dos Transportes, o governo de São Paulo ofereceu ceder uma área ao lado do trajeto do Rodoanel norte para instalar a linha ferroviária. O Rodoanel norte ganhou um novo trajeto no fim do ano passado exatamente para fugir do alto custo e problemas ambientais que também ameaçam o trecho o Ferroanel. Ao invés de passar dezenas de quilômetros ao norte da região metropolitana de São Paulo, em meio a uma região rica em mananciais, o novo traçado da rodovia passa pelo limite entre a mancha urbana e a Serra da Cantareira, bem mais ao sul. Na avaliação do governo de São Paulo, o traçado é ambientalmente menos danoso.
Segundo Passos, a palavra final sobre o tema depende do estudo encomendado pelo ministério ao Banco Mundial (Bird). O contrato do estudo ainda não foi fechado, mas o secretário afirma que ele está sendo desenhado para que o resultado saia no fim deste ano.
Para Paulo Passos, a retomada do tramo norte não impede que seja adotado simultaneamente o projeto da segregação, que desafoga a malha da MRS dentro da cidade de São Paulo e precisa dividir espaço com os trens da CPTM. Pelo projeto, a construção de uma linha paralela dentro da área de domínio da rede resolveria o problema de forma rápida e barata – o tramo norte, no trajeto inicial, era estimado em R$ 1,2 bilhão e levaria cinco anos para ficar pronto. A segregação sairia por R$ 900 milhões e sua conclusão demoraria menos tempo: três anos
O secretário-executivo do Ministério dos Transportes diz que o projeto para desafogar a malha da MRS ganha importância com o investimento da empresa para aumentar a capacidade da cremalheira, o trecho de decida da Serra do Mar até o porto de Santos, que ganhará locomotivas novas que aumentarão sua capacidade em 50%. Segundo Passos, em uma segunda fase, que envolverá obras de construção civil, com investimentos de mais de R$ 200 milhões, a capacidade será triplicada.