Os sojicultores mato-grossenses comercializaram até o início desta semana 36,2% da produção prevista para a temporada 10/11, conforme os números do boletim de comercialização divulgado ontem pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).
O Imea prevê uma safra de 18,72 milhões de toneladas, volume que se confirmado será 0,5% menor em relação ao ciclo 09/10, recorde com 18,81 milhões de t. Apesar de a área estimada para a nova temporada aumentar de 6,21 milhões de hectares para 6,24 milhões, há perspectiva de redução de produtividade de 0,8%.
O percentual de venda antecipada – modalidade pela qual o produtor negocia o grão que ainda nem plantou como forma de obter insumos necessários ao plantio e assegurar os bons preços – está 13,7 pontos percentuais acima do registrado em igual período do ano passado, quando o volume de comprometimento atingia 22,5%. Em agosto a evolução do mercado futuro da soja no Estado já tinha sido observado ao atingir 25,6% e é resultado da elevação das cotações e dos preços firmes do mercado internacional.
Todas as regiões produtores no Estado, com exceção da noroeste, negociaram mais de 30% da produção. O destaque vai para o oeste e médio norte, locais onde a comercialização atinge o maior nível: 42,7% e 38,5%, respectivamente.
Momento – O plantio da nova temporada está com uma semana de atraso em Mato Grosso. Mesmo com o fim do período de proibição ao cultivo – Vazio Sanitário – no dia 15, o sojicultor não se arrisca sobre um solo extremamente seco, devido à absoluta ausência de chuvas. Nem por imposição do La Niña, que retarda e reduz o volume de chuvas, o produtor está deixando de aproveitar o mercado em elevação. Conforme informações da AgRural, o dia foi de ligeiras altas na maioria das praças mato-grossenses. Em Sorriso, compradores ofertaram R$ 37,50 para entrega imediata e US$ 18,20 para fevereiro de 2011. Em Lucas do Rio Verde, falou-se em R$ 38, no mercado spot. Em Rondonópolis, a saca disponível foi cotada a R$ 41,50 e US$ 20,30 para março.