Em alta no Brasil na safra 2009/10, a produtividade da soja, carro-chefe do agronegócio nacional, depende mais do que nunca de investimentos em pesquisas e em novas técnicas de manejo para se manter em evolução, tendo em vista os bons índices já alcançados.
“Com os cuidados corretos, é possível avançar em todas as regiões do País”, afirma Eltje Loman, presidente do Comitê Estratégico Soja Brasil (CESB), entidade sem fins lucrativos criada por empresas e institutos de pesquisa com o objetivo de incentivar o aumento da eficiência das lavouras do grão no País a pelo menos 4 mil quilos por hectare até 2020.
Segundo a Conab, a produtividade média das lavouras nacionais de soja foi de 2.918 quilos por hectare em 2009/10, quando a colheita rendeu 68,5 milhões de toneladas. No ciclo anterior, foram 2.629 quilos por hectare e a produção foi de 57,2 milhões de toneladas. Além da área plantada ter sido 7,9% maior e do uso de insumos ter crescido, o clima, vilão em 2008/09 sobretudo no Sul, colaborou para os incrementos.
Os reflexos da diferença climática no Sul na produtividade das plantações impressionaram Loman. Mas, segundo ele, não é só isso que explica o rendimento. “Tivemos nos últimos quatro ou cinco anos muitos lançamentos de cultivares com características mais modernas e mais adaptadas à região. Tivemos novos materiais da Embrapa e um número maior de empresas de sementes passaram a atuar no mercado”.
Em 2009/10, a produtividade média da soja nos Estados do Sul atingiu 2.881 quilos por hectare, 29,6% acima de 2008/09, e ficou abaixo do Centro-Oeste (2.985) e do Norte (2.930), berços de grandes propriedades de escala maior. O Norte produziu apenas 1,7 milhão de toneladas em 2009/10, e o Centro-Oeste liderou a safra, com 31,5 milhões. Os Estados do Sul colheram 25,6 milhões de toneladas.
Na premiação de hoje, em Brasília, dos destaques da primeira edição do Desafio Nacional de Máxima Produtividade Safra 2009/10, promovido pelo CESB a partir de patrocínios, o Sul estará representado. De acordo com o comitê, os 20 projetos de maior produtividade entre os 800 apresentados no concurso registraram saltos de 72% em relação à média brasileira.
Entre as doenças que preocupam e terão de continuar a ser combatidas com manejo e tecnologia adequados, estão o fungo da ferrugem, nematóides, percevejos e a ainda obscura “soja louca II”, que prejudica a maturação das plantas e, suspeita-se, pode ser causada por um ácaro.