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Bem-Estar

Escola Global de Bem-Estar Animal poderá contar com participação brasileira

O investimento da União Européia supera os R$ 10 milhões e o Conselho Federal de Medicina Veterinária deverá se tornar parceiro da iniciativa.

Uma proposta internacional que, por meio da Internet, tem por objetivo centralizar informações e cursos sobre o bem-estar animal foi tornada pública, pela primeira vez, durante o Congresso Brasileiro de Bioética e Bem Estar Animal. O evento foi promovido pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária, em Belo Horizonte (MG) de 4 a 6 de agosto. O projeto, que será assinado até o final do ano, recebe recursos da União Européia reunirá, inicialmente, colaboradores da Alemanha, Brasil, Escócia, Espanha, Estados Unidos, Inglaterra e Tchecoslováquia, Portugal e Noruega. Após a aprovação, o Conselho Federal de Medicina Veterinária deverá, também, fazer parte da rede de parceiros.
 
Com o título inicial de Escola Global de Ensino e Pesquisa na Área de Bem-Estar Animal (Egepabea) o projeto terá uma verba disponível de 4,5 milhões de Euros (aproximadamente R$ 10,5 milhões) provenientes do financiamento VII Framework Program. A coordenação geral é feita pelo professor Adroaldo Zanella, brasileiro que atua na Escola de Ciência Veterinária da Noruega, e busca parcerias também com centros de pesquisa do Brasil.

 
“A proposta da Escola Global em bem-estar animal prevê o desenvolvimento de módulos via internet, bem como módulos híbridos e módulos presenciais. O objetivo principal é embasar o bem-estar animal em tratativas científicas, encurtando a distância entre a geração de conhecimento e a aplicação prática de resultados”, explicou o professor detalhando que inicialmente o programa será destinado para os países da União Européia, com foco em animais de produção.
 
Para organização, a proposta se dividirá em quatro objetivos de pesquisa. O desenvolvimento de protocolos de monitoramento de indicadores de bem-estar animal estará centralizado na Itália; os aspectos da relação entre doença e bem-estar animal ficarão com Alemanha, Inglaterra e Portugal. O terceiro eixo que tratará do impacto do estresse no período pré-natal ficará com a Noruega, Escócia e República Tcheca. Por fim, o quarto objetivo, que será desenvolver a Escola Global estará centralizado na Noruega com, possível extensão para o Brasil. Cada grupo contará com um administrador geral e pesquisadores interligados.
 
Para Zanella é muito interessante a participação do Brasil, pois acredita que os estudos nesta área avançaram verticamente nos últimos seis anos. Ele acredita que as empresas e as pessoas estão mais conscientizadas para o tema. “Iniciei meus trabalhos com bem-estar há 23 anos no Brasil e na época era muito difícil falar sobre o tema. Nos últimos anos, as pesquisas e o interesse pelo bem-estar no Brasil crescem de forma que não existe comparativo com outro país do mundo”, avaliou. A previsão é de que as atividades da Escola Global comecem em janeiro de 2011.