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Manejo Ambiental

Avicultura capixaba investe em compostagem

Aves incentiva o uso de composteiras na produção. Setor avícola do Espírito Santo está numa nova fase em sua produção, preocupada com o respeito ao meio ambiente.

Uma das mais importantes atividades agrícolas da Região Serrana do Espírito Santo, a avicultura, entra numa nova fase em sua produção, preocupada com o respeito ao meio ambiente. Pensando nisso, A Associação dos Avicultores do Estado do Espírito Santo (Aves), realizou nesta quarta-feira (28/07), em conjunto com o Instituto de defesa Agropecuária e Florestal (Idaf), um “Dia de Campo” com avicultores para mostrar como funciona a compostagem de material orgânico para aves mortas.

A ação aconteceu no Sítio “Dois Irmãos”, na localidade de Soído de Baixo, em Marechal Floriano. A propriedade pertence aos avicultores Oderli Schneider e Osório Schneider, que utilizam o método há 2 anos. “A composteira é eficaz para o tratamento desse material. Além de ser ecologicamente correta, pois não gera odor e nem atrai insetos ou roedores”, afirma Oderli.

A demonstração do uso e manuseio correto do sistema de compostagem foi feita pelo técnico do Idaf, Frederico Lopes. “As aves mortas precisam ir para um sistema compostagem para não causar impactos ambientais”. Segundo ele, a utilização de composteiras é um dos itens principais para que o produtor obtenha a licença ambiental da atividade de avicultura.

O técnico do Idaf disse ainda que o material orgânico gerado pelo processo de decomposição pode também ser mais uma fonte de renda para o avicultor. “É uma material que possui nutrientes, como fósforo, nitrogênio, potássio e micronutrientes, e que pode ser utilizado na adubação de lavouras, reduzindo custos de produção”, explica.

O produtor Edinho José Arnes trabalha há 40 anos com produção de frangos e esteve presente no Dia de Campo. “Gostei muito desse sistema porque é bem prático. Pretendo fazer em minha propriedade, pois temos sempre que buscar o melhor”, afirmou. 

Segundo o secretário executivo da Aves, Nélio Hand, a realização do “Dia de Campo” foi proposta para esclarecer dúvidas dos produtores sobre a estrutura e a eficiência do sistema. “O sistema de compostagem é uma exigência dos órgãos ambientais para a liberação da licença, mas muitos produtores tinham receio sobre os custos e a eficiência do processo. A ação foi bastante positiva, pois conseguimos demonstrar que é uma solução simples, barata e que pode deixar de ser um problema para ser mais uma fonte de renda para o produtor”, avalia. 

A ação faz parte de um intenso trabalho que vem sendo realizado por parte da Aves e o Idaf, como apoio do Sebrae-ES no sentido de sensibilizar o setor a promover ajustes ambientais em suas propriedades. A proposta geral consiste em buscar mecanismos mais práticos quanto à emissão das licenças ambientais.

De acordo com o presidente da Aves, Argeo Uliana, esta é uma oportunidade para que o setor possa buscar sua adequação. “Vemos que o órgão ambiental está disposto a criar mecanismos que possam facilitar o acesso do produtor licença ambiental. Agora precisamos, como produtores, estar conscientes de que devemos fazer a nossa parte”, enfatiza.

Como funciona a compostagem de aves mortas

A compostagem é um processo de estabilização/ decomposição da matéria orgânica através da ação de microorganismos. A composteira funciona com uma estrutura de baias, onde as aves mortas são colocadas intercaladas com o esterco misturado a alguma fonte de carbono, como pó de serra ou pó de arroz ou ainda palha de café. As camadas são umedecidas com água que auxilia no processo de decomposição. Cada baia da composteira possui altura de 1,5 metros. Ao atingir essa altura, o material orgânico leva de 60 a 120 dias para a decomposição total, inclusive de penas e ossos, dependendo do manejo.