O reajuste de preços de várias mercadorias importantes na pauta exportadora brasileira, o escoamento da safra agrícola e a menor volatilidade no câmbio são alguns dos fatores que têm permitido às empresas nacionais, neste ano, desempenho comercial com o exterior em patamares superiores aos registrados em 2009.
De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), subordinada ao Ministério do Desenvolvimento, as 40 maiores exportadoras brasileiras venderam nos primeiros quatro meses deste ano 45,7% a mais que no período de janeiro a abril do ano passado. Foram US$ 27,120 bilhões (FOB) no quadrimestre inicial de 2010, ante US$ 18,604 bilhões nos mesmos meses de 2009.
Dessas 40 grandes exportadoras, apenas três venderam menos em valores durante os quatro meses iniciais de 2010 em relação ao mesmo período do ano anterior: Embraer, Bunge e Amaggi. Em 2009, na comparação do acumulado de janeiro a abril com o ano anterior, nada menos que 22 companhias mostravam números de vendas inferiores ao mesmo período de 2008, entre elas a gigante Petrobras.
O avanço recebeu contribuição das altas de preços no período, mas não é possível atribuir o momento positivo apenas a esse fator. Segundo os dados da Secex, até abril a elevação média de preços foi de 15,2%, mas o quantum exportado também cresceu, com taxa média de 8,5%.
No ranking das maiores exportadoras, a Petrobras liderou até abril, com US$ 5,822 bilhões (FOB) em quatro meses, seguida pela Vale com US$ 4,060 bilhões, pela Embraer com US$ 1,122 bilhão, e pela Bunge, com US$ 1,037 bilhão. No primeiro quadrimestre de 2009, a lista era encabeçada pela Vale, seguida de Petrobras, Bunge e Embraer.
Outra característica da balança até abril foi a recuperação nas exportações das montadoras. A Volkswagen, 11ª colocada entre as maiores exportadoras, vendeu 26,4% mais nos primeiros quatro meses de 2010 ante o mesmo período de 2009, enquanto a Mercedes-Benz registrou vendas externas 32,16% mais altas. Também exportaram mais a GM (+91,55%), a Fiat (+100,97%), a Ford (+63,85%) e a Renault (+136,56%). No ano passado, todas essas companhias mostravam receita de exportação menor no primeiro quadrimestre ante 2008.