Redação (19/02/2009)- A multinacional americana Monsanto, maior produtora de sementes do mundo, questionou ontem a declaração do ministro da Agricultura da Alemanha de que o país poderá revogar a licença de cultivo de uma variedade de milho geneticamente modificada produzido pela empresa. A Monsanto pediu que o governo considere apenas "fatos científicos" ao invés de abordar politicamente as sementes transgênicas.
"Esperamos que a política fique de fora desta decisão", disse Andreas Thierfelder, porta-voz da Monsanto. "Não existe base científica para a proibição".
A manifestação foi motivada pela declaração de Ilse Aigner ao jornal "Berliner Zeitung". Segundo o ministro, a variedade de milho transgênico MON 180 – também comercializado no Brasil – deveria ser banida da Alemanha já que produtores e consumidores não a querem. Segundo a associação alemã de produtores, cerca de 2,7 mil hectares foram plantados com a semente no país, o maior mercado da Europa.
Há um ano, a Alemanha aprovou uma lei que pôs fim à uma década de proibição da comercialização da semente MON 810, defendida pela coalizão governamental do Partido Verde e o Social Democrata. Amplamente utilizada nos EUA, com 55 milhões de hectares plantados em 2006, o milho transgênico é destinado à produção de ração.
Segundo o porta-voz da Monsanto, o acordo com o governo alemão determina que a empresa monitore os campos onde a semente é plantada para averiguar possíveis impactos ambientais e evitar a contaminação de lavouras convencionais ou orgânicas.
Judith Kons, porta-voz do Ministério da Agricultura, afirmou que não houve mudanças na regra para o milho modificado e que as autoridades aguaram os resultados do monitoramento.
Espanha e Portugal são os maiores produtores da variedade na Europa. A França baniu totalmente o cultivo do MON 810.