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Faltam veterinários especializados em meio ambiente

<p>Demanda de empresas que procuram pelo profissional especializado cresce a cada dia, diz presidente do CRMV-RJ. A questão ambiental ganha cada vez mais destaque no mundo.</p>

A cada dia, a natureza vem se alterando em consequência das interferências desastrosas provocadas pelo homem. Até o momento, nada nada indica que essa tendência será revertida no curto prazo. Romulo Spinelli, presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Rio de Janeiro (CRMV-RJ), pondera em editorial publicado na edição de setembro do jornal da entidade, que este fenômeno é mundial e não está circunscrito a país algum. “Mundial, muito diversificado e consequente de múltiplas causas com destaque para o tão falado aquecimento global, mas que inclui diversos outros aspectos como a poluição das fontes de água potável, dos rios, lagos, lagoas e mares, pelo uso abusivo dos defensivos agrícolas e dos fertilizantes, além dos despejos das indústrias”, diz. Para ele, um aspecto que chama mais atenção é a alteração das matas, provocadas pelo desmatamento irresponsável, interferindo no equilíbrio ecológico e levando a fauna ao risco de extinção ou forçando os animais – por falta de alimento no seu meio natural – a aproximar-se, cada vez mais, dos centros urbanos.

Neste ponto, Spinelli vê um problema: faltam veterinários especializados em meio ambiente. “Médicos veterinários devidamente preparados têm papel de destaque”, afirma. O presidente do CRMV-RJ percebe que empresas, de grande ou médio portes, estão precisando de médicos veterinários com uma boa noção dos assuntos relativos à questão ambiental. “Chamo a atenção dos colegas, notadamente dos recém-formados e daqueles em vias de terminar o curso básico para esse novo mundo de oportunidades que só tende a crescer”.

Zoonoses – A degradação do meio ambiente aumenta o risco de transmissão de doenças animais silvestres, muitas das quais parcialmente ou totalmente desconhecidas, para o homem. Spinelli acredita que estas “novas doenças” representam um grande campo de pesquisa e trabalho para os médicos veterinários que forem capazes de enxergar essa oportunidade profissional e de se preparar para enfrentá-las. “Aqui mesmo, no Rio, em certas épocas do ano e em determinados bairros, como a parte alta da Gávea, por exemplo, os moradores já enfrentam uma verdadeira ameaça de micos que invadem as casas não para pedir, mas para exigir, agressivamente, ou roubar comida”.

Porém, Spinelli, que também é veterinário, pondera que as autoridades oficiais, como o Ibama, só autorizam determinadas atividades que tenham impacto sobre o meio ambiente quando os projetos levam em consideração vários aspectos que assegurem que ele não será afetado. “A elaboração e desenvolvimento desses projetos não podem prescindir de equipes multidisciplinares nas quais, em muitos casos, a presença de um médico veterinário é imprescindível”, explica.

Em sua conclusão, Spinelli diz que o setor de meio ambiente é globalizado, muito vasto e diversificado e representa um campo de trabalho de igual proporção e muitas oportunidades aos profissionais que se habilitarem de forma correta. “Precisamos de médicos veterinários especializados em meio ambiente”.