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Mercado Interno

Carne barata

<p>Isenção do ICMS para cortes de suínos anima os criadores e força a redução dos preços para o consumidor.</p>

Depois do abalo que a gripe A provocou no mercado de carne de porco, ao ser inicialmente chamada de gripe suína, os produtores catarinenses comemoram a recuperação do consumo e do preço pago pelo quilo do animal vivo. A medida do governo do Estado, de isentar o produto de ICMS, também anima o setor, que prevê preços mais baixos para o consumidor final.

Conforme o presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Wolmir de Souza, o momento é de recuperação. Embora o consumo per capita da carne suína não tenha sofrido alterações significativas desde 2003, sempre oscilando entre 11 e 13 quilos por ano, houve uma queda de 30% no período em que foi erroneamente associada à nova gripe.

“Em termos de consumo, o problema relacionado à gripe já passou. Tivemos apenas uma queda pontual. O consumidor está esclarecido e o mercado, em plena recuperação. Dos 13 quilos de consumo per capita é importante salientar que 10 são na forma de embutidos e apenas três quilos em carne in natura”, diz. Souza lembra que o quilo do suíno vivo já esteve em R$ 1,50 e agora retomou os patamares de R$ 1,90, garantindo fôlego aos produtores catarinenses. A medida do governo, conforme ele, vai reduzir o preço ao consumidor e, consequentemente, estimular o consumo no mercado interno.

De acordo com o presidente da Associação Catarinense de Supermercados (Acats), Adriano Manoel dos Santos, logo que a gripe A surgiu com o nome de gripe suína houve um certo receio por parte dos consumidores. “Mas os supermercados se anteciparam, forneceram as informações aos seus clientes. Hoje o consumo voltou ao normal. E agora deve aumentar porque, além da redução de ICMS, vamos fazer campanhas de incentivo já que Santa Catarina é o Estado que mais produz carne suína no Brasil”, destaca.

Animal não passa nem se contagia pela gripe A

A origem do nome gripe suína para a doença causada pelo vírus H1N1 vem de 20% de proteína suína encontrada juntamente com proteínas humanas e de aves. Como a mutação do vírus ocorreu exatamente nos porcos, o animal acabou carregando o nome. Mas os suínos não transmitem a doença nem adoecem de gripe A, que sequer é transmitida pela ingestão de alimentos, somente por vias respiratórias.

A explicação é do diretor da Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina, Luis Antonio Silva, que garante que houve uma grande confusão ao atribuir aos suínos a culpa pela gripe A. “A mutação do vírus, que ainda está em andamento, ocorreu nos porcos, mas o organismo tem mais proteínas humanas e de aves do que de suínos”. Ele afirmou ainda que os suínos não ficam doentes. “Eles não têm culpa dos humanos serem suscetíveis à gripe provocada pelo vírus H1N1”, explica.